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POLÍCIA

Alunos soldados da PM denunciam suposto “trabalho escravo” dentro da corporação

Alunos soldados da PM denunciam suposto “trabalho escravo” dentro da corporação

As denúncias acerca do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Acre não param de aparecer. Agora, um grupo de alunos do curso denunciou que os pelotões estão sendo colocados para trabalhar praticamente sem folga, sendo que alguns alunos atuam por até 48 horas, sem pausa.

Segundo denúncia que chegou ao Notícias da Hora, incluindo as aulas do curso, trabalhos administrativos e os de rua, os alunos são liberados a 1 hora da madrugada e precisam se reapresentar no Centro de Formação à 7 horas, situação que tem deixado os futuros policiais militares revoltados.

Aluna de um dos sete pelotões, que pede para ter o nome preservado, conta que em caso de muita reclamação o pelotão pode acabar sendo prejudicado na avaliação da coordenação do curso. “É por isso que as vezes a gente precisa procurar a mídia. Não é o ideal. Mas tudo que você me perguntou é claro, e as vezes parece mesmo é um trabalho escravo”, classifica.

Já outro aluno, que também pediu para ter o nome mantido em sigilo, comenta situação semelhante à da colega, que é de pelotão diferente. Além do trabalho diurno, tem também o noturno. “Não estamos tendo folga, além de prestar o serviço a população durante o dia, ainda temos que cumprir a carga horaria das disciplinas do curso de formação”, reclama.

“Se o pelotão está de serviço à noite, o aluno vai chegar em casa por volta de uma hora da madrugada quando der. E às sete horas ele já tem que estar no CIEPS [Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública] novamente para estudar as disciplinas do curso e de tarde novamente na rua para prestar o serviço a população”, relata.

O comandante da Polícia Militar acreana, coronel Ulysses Araújo, preferiu não comentar o assunto, porque o considera de conteúdo interno, mas destacou que as denúncias serão discutidas internamente, sem a exposição da mídia. A situação se complica ainda mais porque alunos já alegam problemas psicológicos por conta da carga de serviço.

“Essa pressão de trabalho está frustrando meu desejo de ser policial militar, de ajudar o meu estado. Já fui ao psicólogo três vezes para conversar sobre isso. Como não dormimos bem, eu não consigo trabalhar bem, por o estresse é pior. Aí isso acaba complicando né, a qualidade do serviço, os reflexos, a resposta que as vezes precisa ser imediata (sic)”, comenta outro aluno soldado.