O sonho de “servir e proteger” a população acreana pode se frustrar na vida de um dos alunos do curso de formação de soldados da Polícia Militar do Acre (PM/AC). O ainda futuro policial militar F.S. de S. pode perder a chance de integrar as fileiras da corporação que deve receber, em breve, mais de 200 novos combatentes.
Aprovado em concurso público, o aluno-soldado se envolveu em uma briga familiar e, após ser preso e indiciado por violência doméstica, conseguiu liberdade e passou a usar tornozeleira eletrônica. A situação tem incomodado os colegas de curso, que estão insatisfeitos com o registro na ficha criminal do futuro policial. O aluno estaria inclusive proibido de participar das aulas práticas e testes físicos.
A Polícia Militar do Acre confirmou, por meio da Assessoria de Comunicação, que o aluno-soldado está utilizando a tornozeleira eletrônica e que um procedimento administrativo já foi aberto para que aluno seja desligado do curso nos próximos dias. Enquanto isso, o rapaz continua estudando no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública (CIEPS).
O Notícias da Hora tentou conversar com F.S., mas não o localizou para comentar as acusações contra ele, ou mesmo a possibilidade de ser expulso do curso de formação e ficar fora do quadro de policiais militares do Acre. No CIEPS, ninguém está autorizado a comentar o assunto, mas os colegas de F. estão “revoltados” e o clima é de mal-estar.
A decisão do Poder Judiciário é de que F. não poderá, pelos próximos 180 dias, se aproximar da esposa, nem da casa onde ela vive. O aluno-soldado também está proibido de frequentar bares ou festas, e precisa informar todos os passes que der, principalmente quando for para locais onde não houver sinal telefônico ou que viabilize o GPS da tornozeleira.
Segundo apurou o Notícias da Hora, na tarde desta quinta-feira, dia 19, a vítima, esposa de F.S., já entrou com pedido na justiça para que as medidas protetivas impostas ao aluno-soldado sejam canceladas, e S. possa voltar a frequentar a casa do casal, inclusive, retirando a tornozeleira eletrônica.
“O nosso medo é de ter esse sujeito como nosso colega de farda, armado, nas ruas. Temos visto casos de expulsões da PM, e é normal que fiquemos apreensivos. Toda semana tem um problema com ele, porque o F. é muito alterado, cria problemas. Os oficiais do curso sabem disso. Ele está indo na aula normal, mas deixaram ele de fora do teste físico agora”, comenta uma colega de turma, que pede para não ser identificada.