O ambulante Gilson Marinho pede ajuda ao Ministério Público do Acre para rever o produto. Ele faz tratamento psiquiátrico e ressalta que está sem dinheiro para a compra dos medicamentos após a apreensão
Por falta do Documento de Origem Florestal (DOF), a Polícia Civil de Tarauacá, sob o comando do delegado Valdinei Soares, apreendeu 53 sacas de carvão vegetal que estavam armazenadas na residência de Manoel Marinho, irmão do real dono do produto, o ambulante Gilson Marinho.
De acordo com uma portaria, de 2006, do Ministério do Meio Ambiente o transporte e o armazenamento de produtos florestais de origem nativa, incluindo o carvão vegetal, devem ter a licença.
Valdinei Soares explicou que a Polícia Civil cumpria mandado contra um indivíduo, sobrinho de Manoel e Gilson, no endereço que estava armazenado o carvão, porém ao chegarem à residência, a equipe policial foi tratada com rispidez por Manoel Marinho, que informou que há tempo não via a pessoa procurada. Manoel foi levado à Delegacia e lavrado um termo circunstanciado e após isso liberado. O carvão permanece apreendido e a Justiça deve decidir se vai para adoção ou se será devolvido a Gilson Marinho.
O que diz Gilson Marinho
Gilson Marinho contou que é ambulante e que vive da compra e venda de carvão vegetal e banana. Ele vende os produtos pelas ruas de Tarauacá em uma bicicleta tipo cargueira. Conta que como a residência dele é pequena, armazenou o carvão na residência da mãe, que mora com Manoel Marinho, o irmão.
O trabalhador ambulante afirmou que vai procurar o Ministério Público do Estado (MP-AC) para tentar reverter a situação e recuperar o carvão. Gilson faz tratamento contra transtornos mentais e, agora, sem dinheiro para a compra dos remédios, ficou difícil seguir o tratamento.
Instituição de olho no carvão
O mesmo carvão que Gilson Marinho não pode comercializar em Tarauacá, é o mesmo que pode ser doado para uma instituição bem longe do Acre: Lar Novo Hamburgo, que abriga idosos, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O pedido de doação foi feito pela instituição. No documento, a coordenadora do Lar Novo Hamburgo, Terezinha da Silva Oliveira diz: “sendo assim, solicito as 53 sacas de carvão vegetal apreendida”.
Cada saca de carvão tem, em média, 20 quilos.