Na última quinta-feira (8), a tranquilidade da Travessa Blumenau, no Bairro da Pista, foi interrompida quando policiais militares invadiram a residência da família Muniz. Segundo relatos da senhora Antônia Magna Pereira Muniz, os policiais alegaram estar procurando seu irmão, que está preso há três anos. No entanto, tanto a mãe como as irmãs do rapaz acusado de um furto há alguns dias, segundo a policia foi contestado veementemente, pois o filho estava detido há anos.
O incidente tomou um rumo ainda mais tenso quando os policiais, após não encontrarem evidências, decidiram tentar multar a motocicleta do esposo de uma das mulheres presentes na casa. Mesmo após constatarem a regularidade da situação, os agentes continuaram a suspeitar que o filho estivesse escondido na residência. A situação escalou quando, após mais de uma hora no local, os policiais ouviram um xingamento e invadiram a casa, conduzindo duas mulheres por desacato onde na ocasião foi usado spray de pimenta em todos os presentes, inclusive crianças de 1 ano e 5 anos como a mãe do possível suspeito que segue internada no pronto socorro com princípio de infarto.
No momento em que as mulheres foram levadas à Delegacia Especializada de Flagrantes (DEFLA), a advogada da família Helane Christina enfrentou dificuldades para acompanhar suas clientes, sendo confrontada por um policial identificado pelo nome de Ribeiro Neto, que afirmava conhecer a lei e impedia sua presença no recinto. Após intervenção da OAB e chegada dos oficiais do dia, a situação foi resolvida, mas a advogada relata ter sido empurrada pelo agente.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Acre (OAB-AC) emitiu uma nota de repúdio, condenando veementemente as ações dos policiais e exigindo uma investigação rigorosa sobre o caso. Segundo a OAB, não há justificativa para o desrespeito às prerrogativas dos advogados, especialmente quando envolve violência física e misoginia.
O policial Ribeiro Neto foi alvo de representação por diversos crimes. pela advogada como os crimes de abuso de autoridade, agressão e violação de prerrogativas, foi lavrado um Tco pelo delegado plantonista e ao prestar prestar depoimento na delegacia, optou por permanecer em silêncio diante das acusações. O caso foi encaminhado à corregedoria e será acompanhado pelo Ministério Público, além das medidas internas da OAB.