Edivaldo Lete de Oliveira, detento da Unidade Penitenciária Antônio Amaro, em Rio Branco, enviou uma carta às autoridades estaduais e federais clamando por justiça e afirmando ser inocente do crime pelo qual cumpre pena há mais de 12 anos. Na carta, ele alega que foi usado como "bode expiatório" para solucionar o caso e acusa o verdadeiro culpado de estar em liberdade. “Clamo por justiça!”, desabafa.
Na mensagem, Edivaldo relata a dificuldade de não ter recursos financeiros para contratar um advogado particular e solicita apoio da Defensoria Pública para revisar o caso. Ele afirma ter passado anos em silêncio, mas agora levanta a voz em busca de justiça.
“Enquanto eu luto por um crime que não cometi, o verdadeiro culpado está solto. Preciso que a justiça seja feita e que o verdadeiro responsável responda pelo seu crime”, escreveu. Oliveira também pediu atenção dos Poderes Judiciário e Legislativo, além de organizações de direitos humanos, para que revisem sua condenação.
Procurado pela reportagem, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que está à disposição para fornecer informações às autoridades judiciais sobre o caso de Edivaldo, mas destacou que apenas o Poder Judiciário pode revisar a sentença ou abrir nova investigação.
Até o momento, não há informações sobre a reabertura do caso.
Sobre o crime:
Os irmãos Leonardo Leite de Oliveira e Edvaldo Leite de Oliveira foram condenados a 58 anos de prisão pela morte e ocultação de cadáver do menino Fabrício Costa, que desapareceu em 2010, após ser visto no Terminal Urbano, no centro de Rio Branco.
A leitura da sentença foi feita pelo Juiz Cloves Augusto Cabral, da 4ª Vara Criminal. Leonardo foi sentenciado a 30 anos de prisão,e Edvaldo a 28 anos.
De acordo com os autos, Leonardo teria agido por vingança ao identificar que Fabrício era sobrinho do policial civil Júlio Cezar Zuza, que o teria feito engolir drogas durante uma operação policial. O corpo de jovem nunca foi localizado.