Conforme revela o Atlas da Violência, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), embora tenha ocorrido uma redução de 32% nos casos de homicídio no Acre, entre 2020 e 2021, o acumulado da última década aponta para um aumento de 25%.
Durante esse período, mais de 3,1 mil mortes violentas foram registradas no Estado, das quais 284 foram mulheres, representando 9% do total. Embora o estudo não discrimine casos de feminicídio, o aumento de homicídios contra mulheres é notável, indo de 18 casos em 2011 para 28 em 2021.
No mesmo intervalo, 91% dos homicídios foram de homens, totalizando 2.884 casos. O ano de 2017 se destacou com 481 homicídios masculinos. Ao longo da década, o Acre somou 3.177 homicídios, com um declínio de 32% entre 2020 e 2021.
Segundo o levantamento, o Estado registrou 2.633 homicídios de pessoas negras, com 227 vítimas mulheres. Em relação às mortes violentas intencionais, houve um aumento de 22%, passando de 194 para 237 casos entre 2021 e 2022. A taxa de mortes por 100 mil habitantes atingiu 28,6, superando a média nacional de 23,3.
O relatório Cartografias da Violência na Amazônia, do FBSP e Instituto Mãe Crioula, detalha esses dados, colocando o Acre como oitavo na região em índice de mortes violentas intencionais, ficando acima apenas do Maranhão. A análise por gênero revela preocupações, com uma pequena redução nos casos de feminicídio entre 2021 e 2022, mantendo a segunda posição proporcional, com 2,7 mortes a cada 100 mil habitantes, superando a média da Amazônia Legal, com 1,8 mortes.