As forças criminosas que vêm agindo em Rio Branco não param de afrontar o Estado. A mais nova investida do crime organizado contra a população acreana atinge diretamente os trabalhadores informais que atuam na área central de Rio Branco.
Uma denúncia de um comerciante feita à reportagem do Notícias da Hora dá conta de que membros do B13 estariam expulsando permissionários do Camelódromo e negociando os pontos com familiares de presos e com membros de baixa patente na hierarquia da organização.
“Primeiro eles chegam oferecendo ‘proteção’ e quem não aceita pagar pelo serviço deles tem seus estabelecimentos arrombados e saqueados durante a madrugada, chegando ao cumulo de expulsarem os trabalhadores de seus pontos, às vezes não deixam nem tiras as coisas de dentro. Esses pontos tomados pelos bandidos são repassados para familiares de presos e membros da facção. Estão tomando de conta do Camelódromo”, denuncia o camelô que pediu para não ser identificado por temer represálias.
Os faccionados ainda estariam ordenando qual produto deve ser vendido por cada camelô, sendo que os produtos de maior circulação estão sendo, em sua maioria, vendidos pelos apadrinhados do B13.
O denunciante informou à reportagem que o caso já foi levado ao conhecimento da polícia, mas até o momento nada foi feito.
“A polícia já sabe o que acontece no Camelódromo mas não fazem nada para nos socorrer. Outro dia tiveram por lá, mas ninguém foi preso e tudo continua a mesma coisa”, disse o trabalhador.
O que diz a Segurança Pública do Acre
Consultada a respeito da denúncia, a Segurança Pública do Acre informou, por meio de sua assessoria, que ações em conjunto com a Prefeitura de Rio Branco vem sendo desenvolvidas este ano na região do camelódromo para combater diversos tipos de crimes. Entretanto, com relação à denúncia propriamente dita, a assessoria informou que desconhece o fato, mas que faz o monitoramento da região.
“A Segurança Pública vem realizando operações, inclusive esse ano já foram realizadas três, sendo duas delas em parceria com a prefeitura e que tal informe não tem chegado ao conhecimento da Secretaria de Segurança, que mantém o monitoramento contínuo naquela região”, diz a nota.
A Sejusp acrescenta que “a partir do informe, iremos reforçar nossas ações na área”.