Promotor de Justiça denuncia violações em contrato milionário de fornecimento de alimentos no sistema prisional
O promotor Tales Tranin, titular da 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Rio Branco, fez uma denúncia séria relacionada à qualidade das refeições fornecidas aos detentos do sistema prisional da região. As acusações surgiram após relatos de reeducandos sobre a inadequada quantidade de proteína nas refeições servidas, especificamente na feijoada.
Tranin expressou sua preocupação afirmando que vários reeducandos haviam denunciado que a feijoada fornecida continha apenas feijão e ossos, uma alegação inicialmente vista com preocupação. No entanto, para sua surpresa a denúncia se tornou concreta quando um vídeo datado de 8 de setembro evidenciou o problema.
O promotor destacou que, de acordo com o contrato milionário que o governo possui com a empresa responsável pelo fornecimento das refeições no sistema prisional, cada marmita deveria conter entre 150 e 180 gramas de proteína. O método utilizado para separar a carne dos ossos, segundo ele, não é relevante - o que importa é a quantidade de proteína fornecida.
Tales Tranin enfatizou: "Eu não quero saber de método. A marmita tem que ter 150, 180 gramas de proteína. O método que ele vai usar não me interessa, entendeu?" Ele tomou medidas imediatas para resolver a situação, solicitando a instauração de um Procedimento Administrativo (PA) para o Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN). Esse procedimento visa investigar a empresa responsável e apurar definitivamente as violações contratuais que, segundo ele, não é a primeira nem a segunda.
O contrato em questão envolve cifras milionárias, superando a marca de 1 milhão de reais por mês. O promotor Tranin também encaminhou o caso para a Promotoria do Patrimônio Público, visando investigar qualquer possível envolvimento de dinheiro público.