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POLÍCIA

Delegada diz que vereadora, o marido e a filha agiam em sintonia para se apropriarem de cartões de indígenas

Delegada diz que vereadora, o marido e a filha agiam em sintonia para se apropriarem de cartões de indígenas

“De certa forma, ele se apropriava dos cartões e senhas, ela às vezes cooptava também alguns índios pra conceder benefícios e a filha executava, ia ao banco e executava esses valores”, disse a delegada.

A delegada da Polícia Federal Milena Lecy, que comanda as investigações referentes à operação Totomide, deflagrada na última segunda-feira (28), falou sobre a prisão em flagrante da vereadora de Feijó, Aurelinda Portela; do esposo dela, um professor da rede estadual de ensino, e da filha do casal. Ambos ganharam liberdade após o pagamento de fiança arbitrado pela Justiça Federal.

De acordo com a delegada, Milena Lecy, o grupo criminoso agiu no aliciamento de indígenas para a obtenção dos benefícios. Cada um tinha uma função dentro do grupo. O marido se apropriava dos cartões e senha dos índios, enquanto a vereadora trabalhava para que mais indígenas “abastecesse” a organização. Já a filha tinha o trabalho de fazer o saque dos benefícios.

“No caso da vereadora, a gente descobriu a atuação dela no momento do cumprimento do mandado de busca, porque até então era só o esposo, um professor da rede estadual, que a gente já estava investigando ele no nosso inquérito. E quando a gente se deparou com tudo que foi apreendido na residência, a gente viu que ela tinha uma atuação. De certa forma, ele se apropriava dos cartões e senhas, ela às vezes cooptava também alguns índios pra conceder benefícios e a filha executava, ia ao banco e executava esses valores”, disse a delegada.

Milena Lecy informou que na investigação não ficou constada nenhuma relação de proximidade entre os indígenas e a vereadora. “Não é isso que a gente conseguiu constatar. Na verdade, se aproveitam da ignorância, da vulnerabilidade dos índios, os índios que não tem tanta familiaridade com dinheiro...não sabem usar um caixa eletrônico e essas pessoas se aproveitavam dessa vulnerabilidade pra ludibriar os índios”, pontua a chefe das investigações.

Ainda de acordo com Lecy, as investigações tiveram início a partir de um relatório feito por uma antropóloga junto aos Kulinas. “Esse relatório foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que nos encaminhou para que procedêssemos aos trabalhos de polícia judiciária da União”, disse ela ao citar que o inquérito foi aberto em novembro do ano passado.