A transferência forçada do delegado Pedro Resende para a delegacia da Cidade do Povo, em Rio Branco, agravou a já desgastada relação entre a Associação dos Delegados do Acre, Adepol, e o chefe da Polícia Civil no Acre, Henrique Maciel. Até esta segunda-feira (2), Pedro Resende respondia pela Delegacia de Repressão ao Narcotráfico da Polícia Civil, A Denarc.
A transferência, segundo informações que circulam no meio policial, ocorre porque o delegado-geral teria ficado incomodado com a atuação de Pedro Resende na Associação dos Delegados. Há dias, Resende, como presidente em exercício da entidade, encabeçou uma ação judicial impetrada por delegados na tentativa de derrubar uma portaria baixada por Henrique Maciel.
A medida do chefe da Polícia Civil estabelecia novas normas de tramitação de inquéritos e ações investigativas na instituição, o que desagradou a categoria.
Com o poder da caneta na mão, Maciel teria dado o troco transferindo Resende.
O delegado-geral também teria se sentido desprestigiado porque não pôde participar na semana passada da incineração de 700 quilos de drogas na sexta-feira passada. O entorpecente apreendido é resultado das ações policiais coordenadas por Pedro Resende.
A Adepol considerou o ato de Henrique Maciel uma "ação autoritária e antirrepublicana sem respeitar os princípios da impessoalidade e legalidade" e afirmou ainda que que a transferência "se deu sem a devida necessária motivação e fundamentação em cristalina atitude de represália diante à atuação desta associação". A entidade acrescentou que "não aceitará imposições intimidatórias".
A nota é assinada pelo presidente da Associação dos Delegados, Sérgio Lopes, e o diretor de prerrogativas da instituição, Fabrizzio Leonard Sobreira.
A reportagem do Notícias da Hora tentou falar por telefone (999*23* ) com o chefe da Polícia Civil do Acre por diversas vezes, mas ele não atendeu. O espaço fica garantido para que ele possa fazer suas considerações porteriormente.