O diretor-geral de Polícia Civil do Estado do Acre, delegado Henrique Maciel, disse nesta terça-feira, 3, sem citar nomes, que a transferência ou lotação de qualquer delegado no âmbito da instituição não tem qualquer cunho político ou de perseguição e que é apenas um "ato de gestão". Ele não citou nomes, mas deixou claro que estava se referindo ao delegado Pedro Resende, que foi transferido da Denarc para a delegacia da Cidade do Povo, no 2º Distrito de Rio Branco.
"Na Polícia Civil, como em todas as polícias, há mudanças a toda hora. Mudanças de lotações de delegados, agentes e escrivães. Em nenhum momento passou na minha cabeça esse tipo de situação de estar colocando A ou B numa situação que não seja pra gente melhorar os trabalhos da Polícia Civil. Fica aqui o meu registro que isso se trata de gestão, nada mais do que isso", disse Maciel. A declaração do chefe da Polícia Civil foi dada durante um evento em homenagem aos delegados, na sede da instituição, em Rio Branco, diante de colegas de trabalho, do governador Gladson Cameli e do secretário de Segurança, Paulo Cezar.
A transferência, segundo informações que circulam no meio policial, ocorre porque o delegado-geral teria ficado incomodado com a atuação de Pedro Resende na Associação dos Delegados. Há dias, Resende, como presidente em exercício da entidade, encabeçou uma ação judicial impetrada por delegados na tentativa de derrubar uma portaria baixada por Henrique Maciel.
A medida do chefe da Polícia Civil estabelecia novas normas de tramitação de inquéritos e ações investigativas na instituição, o que desagradou a categoria.
Com o poder da caneta na mão, Maciel teria dado o troco transferindo Resende.
O delegado-geral também teria se sentido desprestigiado porque não pôde participar na semana passada da incineração de 700 quilos de drogas na sexta-feira passada. O entorpecente apreendido é resultado das ações policiais coordenadas por Pedro Resende.
A Adepol considerou o ato de Henrique Maciel uma
"ação autoritária e antirrepublicana sem respeitar os princípios da impessoalidade e legalidade"
e afirmou ainda que que a transferência "se deu sem a devida necessária motivação e fundamentação em cristalina atitude de represália diante à atuação desta associação". A entidade acrescentou que "não aceitará imposições intimidatórias".
A nota é assinada pelo presidente da Associação dos Delegados, Sérgio Lopes, e o diretor de prerrogativas da instituição, Fabrizzio Leonard Sobreira.
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