Na última sexta-feira, 25 de outubro, policiais penais do presídio feminino de Rio Branco reuniram-se com o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN), Marcos Frank, para relatar a grave situação enfrentada na unidade e solicitar providências imediatas. A pauta incluiu queixas de assédio, precariedade no atendimento e o excesso de remédios controlados, problemas que afetam tanto a saúde das detentas quanto o bem-estar dos agentes.
Dentre as principais reivindicações, as policiais penais destacaram a necessidade de uma mudança na gestão do presídio feminino. Segundo elas, a direção atual tem sido fonte de dificuldades não apenas para as apenadas, mas também para os próprios agentes, que alegam ter sofrido assédio de várias naturezas. Esse ambiente conturbado gerou tensões e afetou o ambiente de trabalho, resultando em profissionais com psicológico abalado e sem suporte para as adversidades do dia a dia.
Além disso, foi mencionado um problema recorrente com o fornecimento de medicamentos controlados para as apenadas, o que tem gerado sucessivos incidentes de saúde. Apenas em 2024, diversos casos foram relatados, com incidentes adicionais acumulados nos últimos três anos, apontando uma situação insustentável para os internos e para os profissionais da unidade.
“Mesmo que sejamos poucas aqui, somos uma cicatriz considerável. A gente comeu o pão que o diabo amassou nas mãos de um monte de diretor aí, mas ninguém ficou doente da cabeça por culpa de nenhum deles… Além da atual direção”, desabafou uma das policiais penais, evidenciando o clima insalubre e o impacto psicológico enfrentado pelas agentes.
O presidente Marcos Frank se comprometeu a tomar medidas imediatas para sanar algumas das demandas apresentadas. Ele também prometeu analisar a possibilidade de mudança na gestão, visando trazer maior estabilidade e melhores condições para a unidade. Contudo, as agentes penais aguardam que as palavras do diretor-presidente se convertam em ações concretas, especialmente em um momento de extrema fragilidade, onde o bem-estar físico e emocional das policiais está seriamente comprometido.
As agentes enfatizaram ainda a importância de uma intervenção urgente e cuidadosa: “Estamos doentes, este ambiente é insuportável, abandonado de todos os lados. As detentas e as policiais penais estão falando pela mesma boca e ninguém vê isso. Querem segurar essa direção a todo custo. Sem ver o que está acontecendo.”