Os detentos do sistema prisional estadual estão passando, há pelo menos duas semanas, por problemas na alimentação. Isso porque, segundo um trio de empresários que fornecem as refeições, o atraso nos pagamentos das marmitas motivou a diminuição na quantidade de comida entregue aos presos.
Um dos empresários, que pediu anonimato, alegou que está há mais de dois meses sem receber o dinheiro que lhe é devido, e que o caixa que tinha para fornecer as refeições acabou. Ele alega que retirou a carne vermelha e deixou apenas o frango, mas que, devido à demora, até o frango sairá da quentinha.
“A verdade é que os presos estão comendo menos, bem menos. Eu não tenho mais como colocar a comida como no contrato, porque o Iapen não me paga. E isso não é só em Rio Branco, mas também no interior. Já fizemos reunião, mas não resolveram, só enrolam dizendo que estão aguardando a Sefaz liberar recurso”, comenta.
Outro empresário também relatou ao Notícias da Hora que vai suspender a entrega caso o Iapen não pague o que deve à empresa. “No governo passado era uma empresa e disseram que não tinham como manter essa empresa, abriram, a gente acreditou, e participou. Agora, simplesmente não pagam a gente. Fica difícil. Vou ter que suspender a entrega”, ameaça.
A situação, segundo o Iapen, já está sendo resolvida. Nesta sexta-feira, dia 21, um pedido de R$ 2,5 milhões já foi feito ao banco, no intuito de quitar parte da dívida que há com as empresas fornecedoras. O órgão está licitando uma empresa para o fornecimentos das marmitas, uma vez que a Tapiri, antiga fornecedora, teve o contrato cancelado no final de 2019.
“O nosso grande medo, e isso diante do que temos ouvido nos bastidores, é esses presos se revoltarem, né? Fazerem, seilá, uma rebelião lá dentro. Estão tirando várias coisas deles, até as tomadas, então isso já revolta. Se diminuir a comida, aí que que eles vão querer confusão mesmo”, alerta uma empresária.
O trio de fornecedores conversou com a reportagem na última terça-feira, dia 18, após encontro no Centro de Rio Branco. O grupo de empresários teme a divulgação dos nomes, porque acreditam que em havendo isso, podem ter os pagamentos mais uma vez atrasados, inviabilizando a produção e fornecimento das marmitas, os deixando passiveis de punição, como, por exemplo, o cancelamento dos contratos que mantém com o Iapen.