Dados do Ministério Público do Acre (MP-AC), do Observatório de Análise Criminal do Núcleo de Apoio Técnico (NAT), revelam que pelo menos 90% dos autores de violência contra a mulher, especificamente feminicídio, já haviam praticado antes algum tipo de violência. Também mostram que 59% dos crimes são praticados por companheiros ou ex-companheiros.
O estudo apresenta informações referentes ao quadriênio de 2018 a 2020. No total, foram 98 mulheres assassinadas no Acre, no período. Deste número, 37 foram vítimas de feminicídio.
Os dados revelam, ainda, que 68% desse tipo de crime ocorre dentro da residência das vítimas. Outro dado interessante, que ajuda a entender a escalada da violência contra a mulher se refere a idade das vítimas: são adolescentes e jovens entre 14 e 34 anos.
Rio Branco (17) e Tarauacá (4) foram considerados pelo estudo as cidades com maior quantidade de crimes contra a mulher, no período citado.
Todo o resultado desta violência vem deixando mais vítimas: 47 crianças órfãs. Ou seja, a mãe acaba morta e o pai cumprindo pena em presídios.
Um dos questionamentos do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher é o baixo volume de recursos para atender às políticas voltadas para as mulheres no Acre. De acordo com o Plano Plurianual do Acre (2020-2023), apenas R$ 192.158,33 foram destinados para o sub-eixo “Mulher, Viver com Segurança e Dignidade”. Enquanto que este valor era de R$ 14.769.000,00 no Plano Plurianual de 2016-2019.