Uma professora de enfermagem e um diretor do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) da Universidade Federal do Acre (UFAC) estão sendo investigados pela Polícia Federal por suspeita de falsidade ideológica.
Eles teriam usado documentos falsos para conseguir vagas residuais no curso de medicina da instituição.
De acordo com as denúncias, a professora Larissa Vanessa Machado Viana e o diretor Carlos Frank Viga se aproveitaram da amizade com um ex-aluno do curso de medicina, que hoje faz residência médica, para obter a documentação falsa.
No papel, constava que Larissa havia estudado medicina em um campus da Universidade Estácio de Sá que não oferece o curso.
A fraude teria sido facilitada pela posição de Carlos, que é marido de Larissa e diretor do CCSD, um dos maiores centros de docentes da UFAC.
Carlos teria pressionado servidores e anexado a documentação já confirmada de Larissa no sistema interno da universidade, sem o consentimento e conhecimento das unidades de controle da instituição.
Além disso, Carlos teria divulgado que estava cursando medicina para tentar ingressar nas vagas residuais do curso.
A UFAC também abriu um processo administrativo para apurar a documentação apresentada por Larissa, onde já foi constatada que a mesma é falsa.
O caso foi encaminhado à Polícia Federal, órgão responsável por crimes cometidos na esfera federal.
No inquérito aberto pela polícia, Carlos, que atualmente possui relação estável com Larissa, afirmou “não ter relação pessoal com a mesma, possuindo somente relação profissional com a acusada”.
Caso sejam condenados, Larissa e Carlos responderão por falsidade ideológica, na esfera criminal, sendo demitidos administrativamente da UFAC. A universidade também está apurando se Larissa teve acesso à prova elaborada pela instituição, já que ela não cursou o curso de medicina uma vez que as provas possuem alta complexidade justamente para testar o conhecimento do aluno.
Em entrevista ao nosso repórter Willamis Franca, Carlos negou as acusações e disse que está tranquilo. Ele afirmou que não tem relação com o processo seletivo de entrada em cursos como Medicina ou Enfermagem, pois isso é gerido pela Pró-Reitoria de Graduação.
Ele também cita que não é cônjuge da Larissa, apenas tiveram um namoro. Provas e testemunhas afirmam que Larissa e Carlos possuíam uma relação e que o término e o acordo teriam se dado com a descoberta da fraude.
Carlos disse que seu papel é puramente administrativo, lidando com questões do dia a dia.
A reportagem tentou entrar em contato com Larissa e o suposto aluno, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O caso segue em investigação pela Polícia Federal e pela UFAC.