A administradora Darlene Oliveira e a sargento da Polícia Militar do Acre, Alda Radine, podem ser intimadas ainda esta semana a prestar depoimento sobre os disparos efetuados contra o acadêmico de medicina Flávio Endres de Jesus Ferreira feitos pelo também sargento militar Erisson Nery, esposo da dupla.
O caso aconteceu na madrugada de domingo, 28, em frente a um bar no município de Epitaciolândia, após Nery ficar descontrolado ao ver que sua esposa teria sido empurrada pela vítima quando esta tentava esbofeteá-lo.
A situação de Alda Radine é um pouco mais delicada, já que o Juíz Clovis de Souza Lodi, da Comarca de Brasiléia, e que decretou a prisão do sargento do trisal determinou que a Polícia Civil, no município, investigue a conduta da militar, esposa de Erisson Nery.
No entendimento do magistrado, Alda Radine, como integrante da Polícia Militar do Acre, tinha o dever e a obrigação legal de prender Erisson Nery e não ajudar na fuga do esposo.
A tragédia poderia ter sido ainda maior, já que em uma sequência de vídeos é possível ver Darlene Oliveira segurando a arma usada por Nery para atirar contra Flávio Endres, inclusive com o dedo no gatilho em meio à confusão o que poderia ter disparado e atingido outras pessoas. As imagens mostram também Alda Radine tentando pegar a arma da mão de Darlene e quando consegue, ela guarda a pistola prateada em sua bolsa.
Um membro da Polícia Civil na região do Alto Acre, que pediu anonimato de sua identidade, disse que as suspeitas são de que a arma usada por Nery, e que até o momento ainda não foi apresentada à autoridade policial, seja uma arma “fria”, ou seja, ilegal e sem registro.
“É um caso delicado, que envolve membros de uma outra força policial e que tem que ser tratado com cautela e da forma mais isenta possível. Houve um fato que pode ser caracterizado como tentativa de homicídio se assim apontar as investigações e esse fato vai ser investigado como todos os outros, só que com cuidado para não macular a imagem da Polícia Militar no Alto Acre que é digna de todos os elogios. As mulheres envolvidas na confusão foram as últimas a estar com a arma e esse é um dos pontos que elas vão ter que esclarecer, o que foi feito com a arma usada por Nery para atirar no Flávio?”, disse o policial.