Um estudo produzido Núcleo de Apoio Técnico (NAT), do Ministério Público do Acre, que compõe o Observatório de Análise Criminal, identificou que nos últimos quatro anos o índice de elucidação de mortes violentas intencionais (homicídios) caiu. Os dados também revelam que no primeiro trimestre de 2021, essa queda ficou mais acentuada. As informações foram divulgadas neste mês de abril.
De acordo com o Ministério Público, das mortes violentas ocorridas nos primeiros três meses de 2021, 61,3% tem autoria desconhecida. Ou seja, precisa ser elucidado. Apenas 38,7% tem autoria conhecida. Um dos delegados mais experientes do Acre, Walter Prado, em entrevistas anteriores ao Notícias da Hora, já vinha afirmando que “quem não elucida, não combate”. O pensamento de Walter encontra amparo no próprio pensamento dos promotores que compõem o Núcleo, que defendem o fortalecimento da Polícia Judiciária.
“Em análise mais detalhada, utilizando os registros de anos anteriores, percebe‐se que nos últimos quatro anos a capacidade de elucidação destes tipos crime vem reduzindo. Espera-se que com o reforço de recurso humano que a Polícia Civil recentemente adquiriu, sua capacidade investigativa seja melhorada e, consequentemente, seja ampliado o percentual de casos elucidados”, diz o documento do Observatório.
Perfil das vítimas quanto ao sexo
O estudo traça também um perfil dos últimos cinco anos das pessoas mortas pela violência. Em 2017, 93% das vítimas eram homens, contra 7% de mulheres. Já em 2018, 91% homens e 9% mulheres. No ano seguinte, 90% homens e 10% mulheres. Em 2020, o índice de homens assassinados se manteve em 90% e o de mulheres também, 10%. Até fevereiro deste ano, 85% das mortes violentas ocorridas foram de homens, contra 15% de mulheres.
Armas utilizadas
Quando se observa o tipo de artefato utilizado no cometimento dos homicídios, o estudo mostra que 67% foram utilizados o emprego da arma de fogo. Isso evidencia o quanto os criminosos estão bem articulados quanto ao acesso à arma de fogo. Crimes praticados por arma branca, a faca, representam 28%. Outros instrumentos, 7%.