Os familiares de Deibson Cabral Nascimento e Rogério Silva Mendonça, presos acreanos que fugiram na madrugada de quarta-feira de cinzas do presídio federal em Mossoró (RN), exigiram do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as imagens do momento da fuga. Através da advogada de defesa, Flávia Fróes, eles formalizaram a suspeita de que os detentos possam ter sido mortos na cela da unidade de segurança máxima.
A suspeita ganhou força depois que o corregedor da penitenciária de Mossoró, Walter Nunes, afirmou em entrevista a Globonews, nesta sexta-feira, dia 16, que “os presos saíram da cela e saíram andando por dentro da unidade prisional sem que tivessem sido detectados pelas câmeras”.
À coluna de Guilherme Amado, do jornal Metrópole, Fróes disse ser inadmissível que um presidio federal não tenha as imagens da fuga de dois detentos. “Enquanto não houver prova de vida, os familiares podem acreditar em qualquer coisa” retrucou a advogada que preside o Instituto Anjos da Liberdade, que trabalha pela garantia dos direitos humanos para detentos.
Ainda de acordo a defesa dos presos fugitivos, o acesso às imagens das câmeras vai comprovar que houve, de fato, uma fuga. Até a manhã deste sábado, o Ministério da Justiça não se manifestou sobre o documento protocolado pela defesa.
Em 2020, o traficante Elias Maluco morreu no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Na época, a administração da penitenciária alegou que Elias Maluco cometeu suicídio, tese contestada até os dias de hoje pela família. Este fato endossa o argumento de defesa dos presos acreanos ainda desaparecidos.
Na contramão da tese dos advogados de defesa dos presos acreanos Deibson e Rogério, a força-tarefa que trabalha pela recaptura dos fugitivos reforçou as estratégias numa área de 15 km próximo do presídio de Mossoró, onde foram encontrados roupas e calçados possivelmente pertencentes a Deibson e Rogério. Ainda não foi divulgado o resultado das perícias.
Procurados internacionalmente
Os nomes e fotos dos fugitivos passaram a constar na difusão vermelha da Interpol desde ontem (16). A lista é para criminosos procurados internacionalmente. A Força-Tarefa informou que isso não significa que Deibson e Rogério tenham deixado o país.