Os dois criminosos que fugiram de um presídio federal no Rio Grande do Norte na manhã desta quarta-feira, dia 14, já haviam tentado fugir, do mesmo jeito, do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, onde estavam presos até setembro do ano passado, quando mobilizaram uma rebelião no complexo prisional.
O caso, que ganhou repercussão internacional nas últimas 24 horas revela a primeira fuga em um presidio de segurança máxima administrado pela União. Com pedaços das grades e alguns lençóis, eles improvisaram uma escada para tentar fugir pelo teto do presidio acreano.
A tentativa de fuga foi divulgada pela Globo News, nesta tarde de quinta, a partir de documentos sigilosos do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), obtidos pelo canal de televisão fechada. Nas imagens é possível ver o buraco feito nas grades das celas pelos criminosos.
Um história que se repete
Em 2015 a Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes, em Sena Madureira, no interior do Acre, pediu a transferência do preso para um presídio federal. Ele foi mandado para o Presídio Federal de Catanduvas por 360 dias.
Segundo o documento, Rogério já possuía histórico de violência contra agentes penitenciários. Naquele momento, ele já era classificado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) como de "altíssima periculosidade".
“O reeducando já passou por todas as unidades penitenciárias acreanas, sempre tentando fugir, causando tumulto e praticando faltas graves, como porte de arma branca e ameaça de morte aos agentes públicos”, escreveu o juiz Fábio Alexandre Costa de Farias em sua sentença, determinando a transferência de Rogério para um presídio federal.
Em um episódio citado no documento, o criminoso ameaçou de morte alguns agentes ao fazer questionamento sobre falta de água. Na época, Rogério era ligado às facções PCC e Bonde dos 13, um grupo local do Acre, aliadas no estado. Atualmente, ele é ligado ao Comando Vermelho, facção carioca. Em outro presídio, em Cruzeiro do Sul, ele havia tentado fugir por três vezes e também mantinha um estoque de facas.
Assim como Rogério, Deibson, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, também possui histórico de violência. Em uma de suas prisões, por exemplo, resistiu e tentou matar dois policiais quando eles cumpriam um mandado de prisão contra o criminoso, por homicídio.
Deibson chegou a escapar da prisão em 2014, após agredir um agente penitenciário na viatura enquanto estava retornando de um atendimento médico, mas voltou a ser preso um ano depois, em 2015. “Deibson é considerado de alta periculosidade, em virtude do seu comportamento carcerário indisciplinado, por empreender e tentado empreender fugas. Além de ser um dos maiores ladrões do Acre, que comanda o tráfico de drogas nos bairros Caladinho e Montanhês”, diz o relatório sigiloso do sistema prisional acreano.