Ao mencionar o caso da ex-namorada de Tonini que teria sido agredida, Henrique Maciel afirmou que o caso acabou tornando-se público porque ocorreu dentro de uma unidade de Polícia Civil na presença de outros agentes. “Foi público, estava ali os policiais. É tanto que estava o presidente do Sindicato dos policiais lá, Rafael. A pedido da vítima. Aí eu vejo que aconteceu um fato gravíssimo de um delegado de Polícia dentro de uma delegacia com uma policial civil. Isso é gravíssimo. O governador Gladson Cameli tem feito todo um esforço, inauguramos uma delegacia que posso dizer que é modelo para o nosso País. Uma delegacia que funciona 24 horas. Todos os dias. Nós temos lá cinco delegados que revezam dia e noite para acolher as mulheres vítimas. Agora me diz, o que você me diz de um ato desse? E saiu a medida cautelar da justiça onde esse delegado não pode comparecer as delegacias de Epitaciolândia e Brasileia”.
Como uma espécie de resposta às declarações do delegado José Luís Tonini, o delegado-geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, disse durante entrevista ao podcast Conversa Franca, apresentado pelo jornalista Willamis França, do Notícias da Hora, que a remoção de Tonini atendeu estritamente a considerações feitas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que tem à frente o delegado Thiago Fernandes Duarte.
“Primeiramente, eu não tenho nada contra o delegado Luís Tonini, até porque todas as vezes que ele pediu férias, sempre foram concedidas. Se eu tivesse alguma coisa contra ele, poderia indeferir as férias, os períodos. Ele fala e diz que a remoção dele foi por perseguição. Ele não apontou o motivo que eu estaria perseguindo. Eu não tenho nenhum problema com o cargo de delegado [de delegado-geral], primeiro porque não é meu é do governador Gladson Cameli. Está sempre a disposição dele, porque o cargo é dele. Tenho honra de ter retornado ao cargo. Tentaram denegrir a minha imagem e nada houve provado no Ministério Público. Eu tenho familiares, como ele diz que tem. O governador me chamou de novo e eu voltei a conduzir com muita honra essa instituição”, explicou.
Ao falar especificamente sobre a remoção de Tonini da Delegacia Geral de Polícia Civil de Epitaciolândia, Henrique Maciel revelou que no último dia 6 de junho recebeu um ofício do corregedor-geral sugerindo a remoção e apresentando motivos.
“Ele faz nove considerandos sugerindo a remoção do delegado José Luís Tonini e a nomeação de um novo delegado. Quem propôs essa remoção foi o corregedor-geral e ele fundamentou em nove considerações. Com base nessa recomendação, eu acatei a recomendação do nosso do nosso corregedor, uma pessoa íntegra. Ele [Thiago Fernandes Duarte] tem dos nossos pares o total respeito. E aí fiz simplesmente um ato administrativo. Todo ato administrativo tem que ter fundamentação. Não partiu de mim. Mais um detalhe que o público tem que saber. Naquele período que fui exonerado, houve correição na delegacia de Epitaciolândia pelo então corregedor Fabrizio Sobreira. Qual a perseguição? Para falar em perseguição vocês tem que apontar fatos reais. Isso é coisa subjetiva até porque eu não tenho nada”, adiantou.
E acrescentou: ‘Então é isso que tem de fato e de direito. Ele questiona que foi colocado a vida dele. Isso aqui é público. Isso não tem sigilo na Corregedoria. Os nossos procedimentos de sindicância são públicos. Eu não estou discutindo a questão do trabalho [de Tonini na Delegacia de Epitaciolândia]. O trabalho tem que ser feito, até porque delegado tem que trabalhar. O que consta são os considerandos que o corregedor entendeu”.
Sobre as impressões da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre), Henrique Maciel soltou o verbo: “tem notas que não refletem o conjunto dos delegados. Não há um consenso. Tem notas que sequer faz uma consulta ao colega associado E passam a imagem que aquilo ali reflete o pensamento dos delegados. Vamos colocar os pontos nos is. Eu não sei que encanto tem por esse cargo de delegado-geral”.