Uma ação policial desmedida e fora dos padrões de abordagem foi registrada em Plácido de Castro na noite de sexta-feira (29). O adolescente V.A.M, de 17 anos, foi espancado por policiais que integram o Grupamento de Fronteira (Gefron). O relato a seguir é da mãe do garoto, Isabel Afonso da Silva, de 45 anos.
Ela contou ao Notícias da Hora, que o filho estava em frente à casa da namorada em uma moto BIZ de propriedade de Isabel. O garoto estava de capacete, sem máscara, enquanto a namorada estava sentada em frente à residência, momento em que foram abordados pelos policiais.
Isabel Afonso acrescenta que o filho sofre de uma doença rara, que precisa utilizar além do marca-passo um sistema que interliga o coração ao cérebro. A mãe salienta que por medo que este sistema fosse quebrado, o garoto se debateu e esboçou reação à abordagem policial, que o sufocava, momento em que acabou acertando o rosto do militar. A partir daí mais dois militares entram em cena. Um deles teria segurado o garoto e outro o espancado.
“Ele estava na calçada comentando sobre um trabalho escolar, em cima de uma BIZ, que é minha. A moça estava sem máscara e ele de capacete e a Gefron passou. Eles estão aqui para ajudar no combate à pandemia, mas estão fazendo totalmente o contrário. Aí a Gefron passou e perguntou cadê a máscara? Aí a moça disse está em casa e ele disse: a minha está aqui no bolso. Aí ele disse [policial] tira o capacete, ele [V.A.M] tirou. Eles perguntaram a idade do meu filho, mas ele por ser menor, ficou com receio de dizer a idade por estar na moto. Aí eles perguntaram: qual a tua idade? E aplicaram um muro no meio do peito do meu filho. O meu filho tem um marca-passo. O meu filho falou a idade e eles: ah, tu sabe agora e já deu uma gravata no meu filho. O meu filho atrás de tirar a mão dele do pescoço, porque tem um sistema que leva do marca-passo para a cérebro. E em um desses socos, ele acabou atingindo a cara do policial, quando ele acertou a cara do policial, os outros dois saíram, um segurou e outro espancou”, conta a mãe indignada, que pede providências e atuação rápida do Ministério Público do Acre, na apuração deste caso e punição dos envolvidos.
O Notícias da Hora entrou em contato com o coordenador do Gefron no Acre, coronel Celso Souza Filho. Ele disse que não teve conhecimento do caso de forma oficial ainda, mas que abrirá uma sindicância para apurar o fato.
“Não tive conhecimento do caso oficialmente, mas recebi mensagens e por grupos de redes sociais, mas com certeza vai ser apurado. Toda situação tem resultados depois da apuração. Vai ser apurado por sindicância provavelmente”, disse Celso Souza Filho.