Na tarde desta quarta-feira, 26, o jornalista Willamis França conversou ao vivo com o delegado Railson Ferreira, através da página do Facebook do portal Notícias da Hora. O delegado relatou com riquezas de detalhes o depoimento da menor de 14 anos, que na última segunda-feira, 24, assassinou a própria tia, no município de Feijó. O crime chocou todo o estado dado o requinte de crueldade utilizado.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, durante a entrevista ele comentou que a adolescente em nenhum momento demonstrou sinal de arrependimento em depoimento na Delegacia.
“Em momento algum ela demonstrou arrependimento. Eu conversei com ela no dia do crime no hospital no momento em que a gente estava lá com o menor e o primo dela que foi ferido por ela. Estávamos com o corpo da vítima também para serem analisados pela perícia. Conversei com ela ali, depois conversei com ela na madrugada aqui na Delegacia e, por último, conversei ontem, onde a gente conversou bastante. No interrogatório, eu vi ela na presença do Conselho Tutelar. A gente fez uma oitiva de mais de 20 minutos de forma informal, porque eu gravei dez minutos de conversa e informalmente. A gente conversou mais uns dez minutos. Eu fiz uma conversa gravada exatamente para que a conversa saísse de uma forma livre, espontânea, não tivesse a interrupção da digitação porque quando você digita você acaba perdendo a sensibilidade o enredo e muitas vezes o enredo acaba sendo conturbado pelas pausas que se dá ao digitar um texto. A menina durante todo esse tempo, momentos que eu conversei com ela, ela não demonstrou qualquer sentimento. Nem sentimento negativo, nem sentimentos positivos que nós consideramos como quadro de seres humanos. Ela não foi comigo irônica, ela não foi soberba, ela não foi petulante, não foi arrogante, ela não demonstrou medo, não demonstrou arrependimento, não demonstrou aflição qualquer sentimento. A menina é bem questionável, ela demonstrou uma neutralidade de sentimentos” disse o delegado durante a live.
A autoridade policial também foi abordada sobre o crime ter alguma ligação com rituais satânicos, devido a violência a qual a menor usou para ceifar a vida da própria tia.
“Eu acredito que todas as ações humanas elas são guiadas pelo consciente, pelo nosso inconsciente. Quando eu falo inconsciente, eu não falo necessariamente em coisa mística. Eu falo a questão física científica mesmo e o outro panorama que a gente tem que analisar é que a moça quando ela praticou esse delito ela não praticou levado por qualquer ritual. Isso está muito bem claro para a Polícia Civil, apesar de que todos os fatos da vida ele são desencadeados muitas vezes por uma fé, uma religiosidade seja em qualquer crença desde um deus bíblico até um pedaço de caneta. A Polícia Civil trabalha com fatos comprovados, que a gente pode comprovar. Essa questão mística, apesar dela existir, fazem parte da nossa vida. Ela não é comprovada e a gente não traz aos autos para a apreciação do Judiciário por conta de que trabalhamos com provas técnicas e científicas. Então se você perguntar como ser humano, eu acredito que talvez tenha sim uma nuance de ritual, uma nuance mística”, comentou o delegado.
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