O tenente-coronel da Polícia Militar, do Mato Grosso, Sebastião Carlos, foi o meu convidado, no podcast Conversa Franca da última sexta-feira 25. Carlos é bacharel em Segurança Pública, mestre em Sociologia e especialista em Políticas de Segurança Pública e Direitos Humanos, Gestão em Segurança Pública, e especialista em Filosofia de Polícia Comunitária.
O tenente-coronel Sebastião Carlos está no Acre para ministrar um curso de policiamento comunitário aos alunos soldados. Ele foi convidado pelo comandante-geral da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo César Gomes.
Durante o podcast, Sebastião explicou a filosofia do policiamento comunitário, assim como sua ideologia. “A Polícia Comunitária, primeiro que não é um produto da polícia, e não é do monopólio da polícia. A Polícia Comunitária é uma ferramenta organizacional que pode ser utilizada tanto pelas polícias como por qualquer setor representativo do Estado e também pela sociedade. Ela é uma filosofia no sentido de buscar o verdadeiro papel tanto da sociedade quanto o caso específico. No meu caso, o caso dos policiais militares, da Polícia Militar, ela é uma doutrina porque ela estabelece padrões de como que posso agir. Que estabelece uma parceria, uma interação, uma relação bidirecional entre Estado e sociedade. Esse estado pode ser representado pela PM e pode ser representado pelo Poder Judiciário, pelo governo, pela Secretaria de Governo e pelo Ministério Público ou pela prefeitura. E essa parceria não se para aí. São eles, que juntos, vão sentar e vão trabalhar conjuntamente para buscar resolver os problemas relacionados aos conflitos sociais que acontecem no bairro”, explicou o tenente-coronel.
Sebastião Carlos salientou também que: “O policial comunitário deve identificar quais são esses conflitos, quais são esses problemas contemporâneos. Identificar e priorizar e buscar uma solução pacífica para aquele problema. Algo que possa ser resolvido conjuntamente, mas não para só por aí ainda é que essa interação, essa aproximação é que propicia esse trabalhar conjuntamente identificando, priorizando e buscando uma solução. Então a Polícia Comunitária como filosofia, como doutrina e como estratégia, ela está para qualquer instituição do Estado como está para qualquer setor da sociedade. Ela tem que ser vista pela instituição como um todo. Todo policial militar que existe, vou falar de Brasil, ele é um policial comunitário. Ninguém é um policial tradicional operacional truculento, em sua essência, diuturnamente ou 24 horas por dia”, comentou Sebastião.
O tenente-coronel acredita que essa polícia seria uma nova polícia e por isso começa a ter um conflito interno em que o policial acredita que tem que manter o viés mais tradicional, de um perfil mais de guerreiro. “Ele começa a enxergar a polícia como se fosse um polícia do bonzinho, uma polícia paternalista, uma polícia assistencialista, uma polícia que não é polícia. Uma polícia do passar a mão na cabeça e não tem nada disso”, acredita Sebastião.
O tenente coronel disse que a Polícia Comunitária, ela provoca uma mudança de atitude que vai desde o comandante-geral até o soldado no início da carreira militar. Assista a este super bate-papo através do nosso canal do YouTube.