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POLÍCIA

Operação Carne Fria II: Embargo de frigorífico em Boca do Acre repercute e não há previsão de liberação

Operação Carne Fria II: Embargo de frigorífico em Boca do Acre repercute e não há previsão de liberação

A Operação Carne Fria II, deflagrada pelo Ibama, continua a gerar fortes repercussões em Brasília e a movimentar o cenário econômico e político. Sem previsão de liberação das atividades, o frigorífico FRIZAM, em Boca do Acre, segue com suas operações paralisadas após o embargo imposto por infrações ambientais. A operação também resultou na aplicação de 154 autos de infração, somando R$ 364,5 milhões em multas e a apreensão de 8.854 cabeças de gado, criadas em áreas embargadas por desmatamento ilegal.

Além do FRIZAM, mais dois frigoríficos em Lábrea foram embargados por funcionarem sem licença ambiental ou em desacordo com as autorizações concedidas. O objetivo do embargo é interromper atividades que possam causar danos ao meio ambiente. A Operação Carne Fria II envolveu ações em diversos municípios no Pará e no Amazonas, com foco em propriedades e empresas que adquiriram gado de áreas com desmatamento ilegal. Foram identificadas 69 propriedades rurais que criavam cerca de 18 mil cabeças de gado em áreas embargadas.

A fiscalização também autuou 23 frigoríficos, incluindo o FRISAM, por adquirirem e abaterem animais dessas áreas, configurando infrações ambientais graves. Todos os envolvidos foram notificados a retirar o gado dessas terras, e as irregularidades foram encaminhadas ao Ministério Público Federal para a tomada de medidas civis e criminais.

Representantes do setor agropecuário manifestaram preocupação com o impacto do embargo. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, alertou para o risco de desabastecimento de carne bovina em municípios do interior e em Manaus, devido à suspensão temporária das operações do frigorífico FRISAM.

Em resposta às acusações, o FRIZAM negou irregularidades e afirmou que está inoperante desde janeiro de 2024, após ter sido arrendado a terceiros. A empresa alega seguir rigorosamente o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal e o Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia. O frigorífico afirma que o gado abatido provém de áreas consolidadas e regulares e contesta o embargo imposto pelo Ibama, argumentando que a autuação carece de comprovação.

A operação, que faz parte de uma estratégia nacional de combate ao desmatamento e à produção ilegal de gado, visa responsabilizar toda a cadeia produtiva e incentivar um modelo de desenvolvimento sustentável. Contudo, o setor pecuário do Amazonas teme que as consequências sejam severas para a economia local, sem previsão de liberação para os frigoríficos envolvidos.