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POLÍCIA

Operações da PF esvaziam depósitos de secretarias municipais de saúde no Acre

Operações da PF esvaziam depósitos de secretarias municipais de saúde no Acre

A falta de materiais para testagem de pessoas com suspeita de Covid-19, reclamada em vários municípios do Acre, é consequência das operações da Polícia Federal que ocorreram no início de junho, levando à cadeia dois empresários do setor que atuavam junto às prefeituras acreanas.

As ações da Polícia Federal tiveram como alvos mais de 100 pessoas em menos de uma semana. Na lista estavam empresários, funcionários de empresas fornecedoras, servidores públicos e supostos prestadores de serviço que pudessem esclarecer as denúncias de superfaturamento e desvio de dinheiro público.

Como contou o portal Notícias da Hora, a princípio, as denúncias davam conta de que em 11 prefeituras do Acre e Amazonas, cerca de R$ 70 milhões teriam sido contratados entre 2017 e 2019 por uma única empresa. A polícia trabalha com chances de um conluio na conquista das licitações.

OPERA1

Além dos kits para testagem de pessoas com suspeita da Covid-19, começa a faltar outros materiais nos municípios. Na primeira linha dos produtos em falta, os servidores de Cruzeiro do Sul reclamam que só deve ter máscara até a próxima semana. Outro material que vai faltar são as tocas e luvas descartáveis.

“Mais tardar quarta-feira da próxima semana, acaba as que nós temos aqui. Ainda tem luva e toca, mas coisa de 10 dias, porque para você ter ideia, já estão represando porque são vários postos sentinela aqui atendendo gente diariamente”, disse a técnica que atua em uma das unidades de saúde da cidade, que é a 25 de Agosto.

Informações extraoficiais dão conta que ao menos oito empresas estão sendo investigadas. Um delas, a MedPlus, que fica em Rio Branco, chegou a ficar fechada na sexta-feira, dia 05, durante a devassa que os policiais e autores da CGU faziam dentro do escritório da empresa.

OPERA2

A Disacre, que também fornece remédios à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), foi a outra empresa alvo no mesmo dia e horário. No local, a polícia precisou de um chaveiro para abrir as portas e portões. Após isso, uma funcionária foi levada ao local para entregar os documentos sobre contratações.

A Polícia Federal também deflagrou operação para investigar a compra de álcool em gel pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) em Rio Branco, no dia 10 de junho. Após isso, a prefeita Socorro Neri exonerou três servidores da pasta e disse que apoiaria a operação. Antes, a polícia já havia visitado a Semsa.

Após as operações, as prefeituras estão sem parte dos processos administrativos das compras, ou seja, sem condições de fazer novas aquisições de produtos. Além disso, há temor em comprar das empresas investigadas após a operação, o que coloca em xeque as ações de assistência frente ao surto da Covid-19.