A audiência de instrução do caso Nayara Vilela, realizada nesta quinta-feira, 8, revelou um ponto-chave que pode mudar o rumo do processo: segundo o perito da Polícia Civil, Everton Araújo Nascimento, a arma encontrada ao lado do corpo da cantora não caiu de forma natural no local onde foi periciada. Para o especialista, a cena do crime foi alterada e o corpo de Nayara possivelmente arrastado após o disparo fatal.
Nayara Vilela, de 32 anos, foi encontrada morta na noite de 24 de abril de 2023, em sua residência na Estrada das Placas, em Rio Branco. Na ocasião, o caso foi inicialmente tratado como suicídio, após a artista supostamente atirar contra si mesma durante uma discussão com o marido, o empresário Tarcísio Araújo — hoje réu no processo e acusado de feminicídio.
Durante seu depoimento, o perito Everton Araújo afirmou que a pistola calibre 9mm utilizada no disparo foi reposicionada após o ocorrido. “Foi colocada posteriormente, depois de toda a dinâmica do tiro, em um tapete. Se ela tivesse caído ali, essas manchas estariam sobre a pistola, não no tapete”, explicou.
A defesa de Tarcísio questionou o especialista sobre a possibilidade de a posição da arma estar relacionada à movimentação da vítima no momento do disparo. Araújo não descartou a hipótese, mas reiterou que, independentemente da dinâmica, a ausência da chamada “sombra” no tapete indica que a arma não caiu naturalmente naquele ponto.
A audiência é parte do processo que pode levar Tarcísio Araújo a júri popular. O caso segue sob intensa atenção pública, especialmente após indícios de que o crime foi encenado para parecer suicídio.