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POLÍCIA

Pesquisa feita no Rio evidencia crime existente no Acre ligado a sequestro, tortura e ocultação de cadáver

Pesquisa feita no Rio evidencia crime existente no Acre ligado a sequestro, tortura e ocultação de cadáver

O Notícias da Hora identificou 8 casos somente este ano que podem serem perfeitamente tipificados como “desaparecimento forçado”, como revela a pesquisa da UFRRJ

Uma pesquisa feita no Rio de Janeiro, por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) coloca luz a um tipo de crime cada vez mais evidente no País, o desaparecimento forçado. Ele tem as características do sequestro relâmpago, mas um desfecho diferente. Neste tipo de crime, ainda não tipificado no Código Penal, as vítimas são torturadas e mortas. No Acre, esse fenômeno não é diferente.

Um levantamento feito pelo Notícias da Hora, com base nas notícias publicadas somente este ano, deixa evidente a presença do crime de desaparecimento forçado. As vítimas, na grande maioria, são jovens envolvidas com o tráfico de drogas e de armas, pertencentes a facções.

O primeiro caso relatado ocorreu em 11 de janeiro. O jovem Flávio Ripardo Silva, 20 anos, foi encontrado sem vida, em estado de decomposição, em uma área de mata na Rua Baguari, no Taquari. Ele desapareceu dois dias antes da sua morte.

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Já em 6 de fevereiro, mais um corpo foi encontrado na zona rural do Bujari. Como é característico deste tipo de crime, a vítima não foi identificada de imediato, isso porque já estava em avançado estado de decomposição. Para os peritos não restaram dúvidas. O corpo estava no local há, pelo menos, três dias.

Ainda no mesmo dia, mais duas vítimas foram encontradas com os pés e as mãos amarradas. A primeira estava no Ramal do Mutum, em Rio Branco. Tratava-se de Fernando dos Santos Gomes, de 25 anos. Já a segunda foi identificada por Leandro Barbosa Souza, de 18 anos. Ele foi morto em uma área de mata, no bairro da Paz, em Rio Branco. Ambos estavam desaparecidos dias antes de serem encontrados sem vida.

Já em 1º de março, um duplo homicídio foi registrado em Brasileia. Os corpos estavam em avançado estado de decomposição e foram localizados em uma área alagada no Ramal Nazaré. As vítimas, que também não foram identificadas de imediato, mas as investigações apontavam para a possibilidade de dois rapazes, pertencentes a uma facção, terem sido sequestrados e mortos por criminosos rivais. Eles desapareceram forçadamente dias antes de serem executados.

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Em Rio Branco, ainda no mesmo dia, o corpo do jovem Adenilson Soares Santos, de 24 anos, foi localizado no Ramal da Zezé, em Rio Branco, região do Belo Jardim. Ele foi esquartejado e decapitado.

Todos os crimes citados nesta reportagem até agora têm a mesma característica: os autores tentam eliminar qualquer vestígio, ocultando o cadáver ou tentando destruí-lo, dificultando a identificação e a autoria do delito.

Os especialistas em segurança pública chamam esse tipo de ocorrência de desaparecimento forçado, ou seja, a pessoa não desapareceu de forma voluntária (por exemplo, saiu de casa sem o conhecimento dos parentes).

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“As vítimas do desaparecimento forçado são, em geral, sequestradas, torturadas e mortas. Seus corpos então são destruídos ou escondidos: lançados em corpos hídricos, despejados em áreas isoladas ou enterrados em local desconhecido”, afirma matéria publicada na Agência Brasil.

Outro que pode ter tido o mesmo fim que as demais vítimas foi o diarista Leandro Silva e Silva, de 39 anos. O corpo dele foi encontrado dentro de um saco plástico na região da Chácara Ipê, na Estrada Dias Martins, em Rio Branco. O corpo estava em avançado estado de decomposição. Ele sumiu dia 7 de março e só foi encontrado dia 10. As mesmas características presentes: envolto a um lençol e com os pés e as mãos amarradas, sinalizando que a vítima foi torturada antes da morte. Leandro foi executado com um tiro na nuca, mostrando que o autor atirou na vítima enquanto ela estava de costas, sem chance de esboçar qualquer reação.