Os detentos envolvidos na rebelião que ocorreu no final de julho deste ano, no presidio de segurança máxima Antônio Amaro, na capital Rio Branco, estão sendo transferidos por determinação da justiça. A operação é coordenada pela Polícia Federal desde a madrugada nesta quarta-feira, dia 27.
Segundo informações obtidas pelo Notícias da Hora, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) auxilia na remoção dos detentos. O Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) ainda não se manifestou sobre as transferências. Desde a rebelião, visitas intimas estão suspensas dentro da unidade penitenciária.
Diante do cenário instalado após a rebelião, a Polícia Federal decidiu utilizar uma aeronave da instituição para levar os presos para fora do Acre. O avião da Polícia Federal pousou no Aeroporto de Rio Branco ainda na terça-feira, dia 26, com cerca de 10 agentes que darão suporte aéreo na transferência.
REBELIÃO – A rebelião, que durou cerca de 24 horas, deixou cinco mortos, sendo duas delas com requintes de crueldade, inclusive um teve o coração arrancado do peito. Desde então, investigações apuram os motivos de o setor de Inteligência do órgão não ter se antecipado à crise.
O ex-diretor-presidente do órgão, Glauber Feitoza, perdeu o cargo e deve se esclarecer às instituições que investigam o caso, incluindo a Polícia Civil e o Ministério Público. Também foi exonerado o diretor executivo operacional do Iapen, Marcelo Lopes da Silva. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, chegou a criticar o sistema penitenciário estadual.
Os inquéritos que apuram a rebelião já foram prorrogados, e ainda não têm data para serem fechados, segundo a Polícia Civil, em razão de envolverem instituições públicas, o que requer mais evidências para comprovar ou não responsabilidades.
“É uma investigação muito complexa, porque envolve uma instituição pública. Não é uma fato passional que já se sabe quem é o autor”, afirmou o delegado Roberth Alencar, em entrevista à TV Acre, sem dar detalhes sobre o andamento do procedimento policial.
Ainda em julho, o delegado-geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, afirmou que um inquérito apuraria as mortes, e outro a possível ingerência da equipe do Iapen e da Polícia Penal, em permitir que a rebelião ocorresse e a sala de armas fosse acessada pelos detentos.
"Nós determinamos a abertura de dois inquéritos, um especificamente que está coordenado pela DHPP, que vai apurar os homicídios e lesões corporais e outro para tratar da dinâmica no início do evento no presídio, além dos danos patrimoniais. Pessoas estão sendo ouvidas e depois de ouvir todo mundo vamos concluir os inquéritos. O inquérito vai nos dar subsídio para sabermos quem participou e como participou diretamente da ação", frisou.