Integrantes de uma facção criminosa em Cruzeiro do Sul têm ordenado regras duras nos bairros da cidade. O crime organizado age por uma espécie de "lei própria”. Quem desrespeita essas leis impostas pelos criminosos, está sujeito a penas desumanas e severas.
O Notícias da Hora teve acesso a vídeos exclusivos em que mulheres são espancadas após cometerem algum tipo de “erro” no mundo do crime. Sem piedade, outras mulheres atacam as vítimas com pauladas, até o término de seu castigo que dura cerca de um minuto. O ato deve ser comandado por uma mulher, quando a vítima é do mesmo sexo; caso fosse homem, as agressões seriam feitas por faccionados do sexo masculino.
Em um dos casos, uma mulher teve relação extraconjugal e foi açoitada por duas mulheres faccionadas. As cenas chocam. São momentos de dores intensas onde a vítima chega a pedir que parem, mas as agressões continuam até o período estipulado pelos criminosos.
A Delegacia de Polícia Civil de Cruzeiro do Sul já tem conhecimento das agressões e investiga o caso juntamente com o Ministério Público do Estado (MPE/AC). O promotor de Justiça de Cruzeiro do Sul, Ildo Maximiano, relatou ter conhecimento dos fatos e destacou que esse é o método utilizado pelas facções criminosas para punir integrantes tidos como “desleais” ao que rege a organização criminosa. O caso terá desdobramentos e as investigações estão em curso.
"Todos esses são atos típicos de organizações criminosas. São ações que servem como demonstração de força. Esses grupos trabalham com a noção de pertencimento. Essas pessoas se reúnem em torno de valores, como qualquer outro grupo. A diferença é que a identificação dessas pessoas [faccionadas] é a realização de crimes. Eles se reúnem porque tem valores comuns que chegam a envolver, além do tráfico a morte de pessoas. Para mostrar uma espécie de superioridade, eles cometem tais atos, com total falta de respeito. E como tais punições,. Por infidelidade, costumam se dirigir a mulheres, elas mostram a forma machista como estas pessoas enxergam o mundo. São atos de tortura, agressão e promoção da organização criminosa", disse o promotor.