Após 30 minutos de intervalo dado pelo juiz Alesson Braz que preside a audiência de julgamento de Alan Araújo e Ícaro Pinto, os advogados de Alan apresentam argumentos na tentativa de mostrar a inocência de seu cliente.
Cátia Sales, uma das advogadas do acusado, afirma que Alan é réu primário.
“O Alan também tem uma mãe. O Ícaro também tem uma mãe. A dor pode não ser uma perda física, mas quem é a mãe que é pai, sabe que elas também estão de luto. Elas perderam a convivência com o filho e é um caso que os dois acusados sabem que ele perdeu razão. E o luto? Em que circunstância? Tem que ser respeitada? Tem que ser respeitado. Aonde a justiça, a acusação e a defesa?", argumenta Cátia.
Carlos Venicius, que também defende Araújo, disse ao júri que Jonhliane era uma sonhadora.
“Uma sonhadora de processos que cuidava da mãe, que prometeu a ela tirá-la da vida de doméstica e transformou ela em pedagoga pós graduada. Que tinha sim outros sonhos. Uma menina que me perdoe chamar de menina porque sou um pouco mais velho, que teve a sua vida interrompida naquele dia por um acidente. Com essa história de superação da extrema pobreza, para ocupar lugar importante em uma das maiores empresas desse estado, como diz um dos depoimentos, foi feita através de muito suor e muita luta. Ela não deveria ter morrido naquele dia. É por esse motivo que, antes de qualquer coisa, é preciso um olhar de compaixão. Para aquela que está mais frente do que nesse processo é a mãe da vítima. Um olhar de compaixão e de empatia. Ontem, enquanto ela testemunhava aqui, o Acre chorava junto com ela. Mas essa história construída pela Juliana, registrada em processo. Porque, mesmo dentro do processo físico, além do papel, é possível se extrair muita bondade”, disse o advogado.
Já a advogada principal do processo que defende Alan Araujo, Helane Christina, afirmou que “não há provas que o condene”.
“As provas são completamente favoráveis à defesa. Ao contrário do que diz o colega do Ministério Público. Elas são muito densas. São elas. São as câmeras, inclusive as absolvições que a gente consegue aqui. Normalmente, elas são advindas de provas documentais, imagens do local e documentos e testemunhas realmente extremamente isentas. E eu parabenizo a todos pela lei, pela paciência, pela observação, pelo cuidado. Eu participei de vários júris, mas eu hoje observei pela primeira vez a intenção de entender as perguntas que vocês fizeram. Questão de fazer isso para a gente que está do lado da verdade é extremamente importante, porque nós estamos entendendo que vocês estão buscando a verdade e isso é o que nos tranquiliza”, disse Helane.
O julgamento segue. O juiz Alesson Braz informou que a sentença deve ser informada ainda nesta quarta-feira.