O policial rodoviário federal Bruno Vazan Nunes, morto na última quinta-feira, estava em uma ligação de vídeo com a esposa quando aconteceram os primeiros disparos. Silvia Faria Nunes Vanzan disse que ouviu a frase "sai logo", e em seguida, tiros.
— Estávamos conversando sobre um assunto importante e ele colocou o telefone no painel para fazer uma chamada de vídeo comigo. Enquanto a gente estava falando eu ouvi um "sai logo" e em seguida tiros. Eu não sabia se eram tiros realmente, problema na ligação ou se foi uma batida de carros — explicou Silvia, durante o enterro do policial, que aconteceu na tarde desta sexta-feira.
Silvia ainda contou que durante a ação, a câmera da chamada de vídeo foi desligada, mas ela continuou ao telefone. Após encerrar a ligação, ela não conseguiu mais contato e acionou um amigo, que também trabalhava com Bruno.
O corpo do policial foi sepultado na tarde desta sexta-feira no cemitério de Sulacap, na Zona Oeste. Colegas de trabalho do marido acompanharam a chegada do corpo ao cemitério em comboios e mais de 20 motos. Os agentes também prestaram homenagens. O policial morreu na tarde desta quinta-feira após reagir uma tentativa de assalto na Transolímpica. Ele foi baleado e caiu do viaduto.
Bruno Nunes era casado com Silvia há 12 anos. Ele deixa 2 filhos, um de 8 anos e um de 21 anos. O agente trabalhava na corporação há 18 anos e estava lotado na 7ª delegacia, em Resende, no Sul do estado.
Em matéria publicada no Extra em abril de 2013, Bruno gravou um vídeo com dicas para quem pretendia passar no concurso da PRF. O policial foi o primeiro colocado na prova em 2004.
Emocionada, a viúva relembrou do marido e informou que o policial sempre foi dedicado à família e à profissão. Ela destaca que ele sempre tinha metas que batalhava para alcançar.
— Bruno era muito dedicado à família, a mim. Eu tive o privilégio de ter um amor de verdade. Ele sempre dizia que iria atrás de mim até a eternidade. Antes de acontecer isso tudo, ele disse que me amava muito e que eu tinha todo o seu coração. Até na hora de morrer, ele estava ao meu lado.
Silvia lamentou a violência na cidade e a desvalorização dos policiais.
— Todos os dias o policial arrisca sua vida para salvar vidas, mas não tem voz. As oportunidades que muitos não tiveram, meu marido também não teve e eu também não tive. Ele batalhou muito para chegar até onde chegou e eu não acho justo vir um bandido e tentar tirar algo que a gente conquistou. E ainda tem a desvalorização do policial, eu vivo isso com o Bruno há 12 anos. Isso está muito cansativo no Rio — lamentou ela.