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POLÍTICA

“A falta de diálogo é um dos principais problemas enfrentados pela prefeitura”, diz Michelle Melo

“A falta de diálogo é um dos principais problemas enfrentados pela prefeitura”, diz Michelle Melo

“A política é uma ferramenta para melhorar a vida daqueles que mais precisam”

Ser e agir politicamente não se restringe a votar ou a participar de estruturas partidárias e governamentais. Atuar mais ativamente na vida social, sendo protagonista na busca por direitos, significa fazer política, compreendendo os problemas que nos afetam direta ou indiretamente, seja no âmbito pessoal, coletivo ou institucional.

Movida por essa concepção, a vereadora Michelle Melo (PDT), de 37 anos, entrou para a vida pública, mais precisamente na última eleição, quando se tornou a vereadora mais bem votada de Rio Branco (3.576 sufrágios).

Mãe de dois filhos, cristã e a mais velha de três irmãs, ela é filha do cruzeirense e empresário, Nelson Braz, o Nelsinho, e da murbanense Raimunda Melo. Desde a infância, Michelle queria ser médica.

Aos 17 anos foi estudar Medicina na cidade de Córdoba (Espanha), onde terminou a faculdade e depois se tornou mestre em Urgências e Emergências, tendo, ainda naquele país, sua primeira experiência na área. Voltou ao Acre e há dez anos atua no Sistema Único de Saúde (SUS).

Michelle Melo trabalhou em várias unidades de saúde na Capital, mais precisamente nos bairros São Francisco, Benfica, Altamira, Calafate e Tancredo Neves. No Pronto-Socorro, no governo do colega Tião Viana, assumiu a direção-geral da unidade. Já na gestão de Gladson Cameli foi diretora de assistência.

Na política, a vereadora coordena o projeto “Vamos Juntas na Política” e integra os quadros do “Movimento RenovaRB”. Além de ocupar a vice-presidência da Casa, preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo. “Eu acredito que é possível construir um futuro melhor com mais dignidade, respeito, educação, saúde, segurança e equidade”, disse a parlamentar.

Atualmente, trabalha na Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e leciona no curso de Medicina de uma universidade local. Ela recebeu a nossa reportagem em seu gabinete e falou de suas origens, de acreanidade, da profissão e principalmente de política, que, segundo ela, tem os mesmos propósitos da Medicina – cuidar e servir as pessoas.

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Notícias da Hora – Por que a senhora quis ser médica?

Michelle Melo – Eu sou filha de acreanos e nasci em Rio Branco, ou seja, sou acreana do pé-rachado (risos). Eu sempre quis ser médica, desde pequenininha. Eu gosto de gente, adoro cuidar de pessoas. Também queria estudar fora e voltar para o Acre. Eu morei por dez anos na Espanha, onde me formei e fiz mestrado. Aqui no Acre, eu fiz a residência e me especializei em Medicina de Família e Comunidade.

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Notícias da Hora – Por que a senhora decidiu entrar para a vida pública?

Michelle Melo – Eu sempre trabalhei na saúde pública, no SUS, e sempre gostei de cuidar das pessoas. E eu cuido de verdade. Quando eu fui gestora, tive a oportunidade de ficar mais perto das políticas públicas e aprendi muito. Apesar de existirem políticos na minha família, eu sempre tive aversão à política, principalmente porque ela se afasta das pessoas. Infelizmente existe esse abismo. Como o político pode se afastar daqueles que ele deveria cuidar? É preciso ouvir, dialogar e incluí-los nas discussões e decisões para se efetivar as políticas públicas. Quando eu vi que é na política que a gente pode definir situações, que se pode dar voz aos que precisam, que é preciso inverter prioridades, servir as pessoas, eu decidi concorrer a um cargo público. Essa proatividade eu herdei dos meus pais. Eu faço a minha parte como médica, mas como vereadora posso e faço muito mais.

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Notícias da Hora – A senhora é de esquerda, direita ou centro?

Michelle Melo – Essa é uma pergunta que muita gente me faz. Essa nomenclatura me parece estar superada. Primeiro a gente tem que se voltar para o ser humano. E precisamos vê-lo na sua totalidade. As políticas públicas precisam chegar a todos. As pessoas dos bairros afastados têm necessidades básicas e emergenciais de como se alimentar, colocar os filhos na escola e ter uma assistência em saúde resolutiva, além de água tratada, rede de esgoto e ruas pavimentadas. Lutar por isso e outras coisas é o papel do político. Este mandato é uma missão. A política é uma ferramenta para melhorar a vida daqueles que mais precisam. O protagonismo da política precisa ser do povo.

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Notícias da Hora – Como a senhora avalia esses onze meses de mandato?

Michelle Melo – No primeiro momento foi difícil. Eu não procurei saber a estrutura disponibilizada para um vereador. Eu gosto de trabalhar e fiz, junto com a minha equipe, um planejamento para trabalhar de domingo a domingo. Todos acreditamos no nosso projeto, cujo nome é “gente cuidando de gente”, que era o nosso slogan de campanha. O nosso mandato, graças a Deus, é atuante. Já aprovamos o primeiro projeto desta legislatura, que é o agendamento eletrônico (por telefone ou aplicativo) nos postos de saúde. Pretendemos acabar com as filas que, muitas vezes, começam ainda na madrugada. Também aprovamos a lei que dispõe sobre a doação de sangue, valorizando esses heróis anônimos. Quem foi doador de sangue, de medula óssea e de órgãos terá uma carteirinha e atendimento preferencial em filas, assemelhando-se a idosos e grávidas.

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Notícias da Hora – A senhora também defende uma maior participação da mulher na política. Por quê?

Michelle Melo – Estudos recentes demonstram que um parlamento com mais mulheres é mais honesto, ou seja, menos corrupto. E as mulheres trabalham mais nas políticas públicas voltadas para a saúde, educação e naquelas que envolvem crianças e adolescentes. Infelizmente nem todas as mulheres dispõem de tempo e outras condições para participar mais da política. A questão da mulher é uma das prioridades do nosso mandato.

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Notícias da Hora – Como a senhora avalia a gestão do prefeito Tião Bocalom?

Michelle Melo – O prefeito está muito centrado em si próprio. Quando se ocupa um cargo importante como o dele, não pode ser direcionado apenas pelo ego. Temos que agir com imparcialidade e bondade com todos. Os critérios e as decisões de um gestor tem que ser voltadas para aquilo que é mais apropriado, benéfico e eficaz para a população como um todo. É preciso haver inversão de prioridades e equidade. E eu não vejo isso nas atitudes do prefeito. A falta de diálogo é um dos principais problemas enfrentados pela atual gestão. Não é por acaso que 60% da população aponta a gestão dele como péssima e ruim.

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