A ministra Nancy Andrigh, do Superior Tribunal de Justiça, deferiu o pedido de desmembramento das investigações no âmbito da Operação Ptolomeu formulado pelo MPF, mantendo-se no STJ apenas a apuração relacionada aos fatos imputados ao governador Gladson Cameli. O documento foi assinado no dia 1º de fevereiro.
O prosseguimento das apurações, a pedido do MPF, continua com a Polícia Federal, que tem o prazo de 90 dias para a conclusão das investigações.
Em sua petição, o Ministério Público Federal informou que a PF, “por já ter todo o conhecimento dos fatos e da linha investigativa já traçada, é a que melhor proporcionaria efetividade apuratória, por ter presidido, originariamente, a Operação Dose de Valores”, e por essa razão remeteu cópia dos autos à superintendência regional do órgão policial no Estado do Acre
“Nesse diapasão, o MPF, sob o fundamento de assegurar maior efetividade à investigação, manifesta-se favorável à condução das diligências deste inquérito pela SR/PF/AC, pugnando pela concessão de novo prazo de 90 (noventa) dias, para que a autoridade policial analise os elementos de informação constantes das correlatas cautelares probatórias. Ultrapassado o referido prazo, independentemente de cumprimento e de nova conclusão, abra-se vista ao MPF, para que requeira o que entender pertinente. À Coordenadoria da Corte Especial, para a adoção das medidas necessárias. Cientifique-se o Ministério Público Federal”, diz o documento assinado pela ministra.
A operação
Na 1ª fase da operação Ptolomeu, em 16 de dezembro, o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), foi alvo de mandados de busca e apreensão em casa e no gabinete.
A PF, em parceria com a CGU (Controladoria Geral da União) e com o STJ (Supremo Tribunal de Justiça), cumpriu 1 mandado de prisão e 41 mandados de busca e apreensão em 4 cidades: Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC), Manaus (AM) e Brasília (DF).
Na primeira fase da operação foi preso o empreiteiro Rudilei Soares de Souza, Rudilei Estrela. Seis dias depois, agora ex-chefe de Gabinete de Cameli, Rosângela Gama, também foi presa. Ambos já estão soltos.
Segundo a investigação, o grupo, formado por empresários e por agentes públicos ligados à gestão estadual, aparelhou a estrutura do governo para cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desviando recursos públicos e ocultando a destinação dos valores.