As obras para a construção da construção da linha de transmissão de energia - o linhão - entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul vão custar R$ 700 milhões, e a empresa ou consórcio que irá executá-las será conhecida em dezembro, quando será realizado o leilão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Já a previsão para o início das obras é em março de 2020. Conforme o Notícias da Hora antecipou nesta quarta, 8, o governo quer “estadualizar” o processo de licenciamento ambiental para a construção do linhão com o objetivo de ganhar tempo.
A obra é vista como essencial pelo Palácio Rio Branco para tirar os municípios que estão às margens da BR-364 do sistema isolado. Hoje, estas cidades, que têm uma grande densidade populacional, dependem de usinas termelétricas para gerar energia. Este sistema funciona a partir da queima do diesel, e visto como mais caro e poluente.
Entre as cidades que vão passar a integrar o Sistema Interligado Nacional (SIN) após a conclusão das obras está Cruzeiro do Sul, a segunda maior do Acre. Além disso, o governo afirma que, com a energia mais segura oriunda do SIN, os polos moveleiros instalados na região terão melhores condições de funcionar.
“Para o estado é uma obra de grande valia, pois garante a matriz energética para as grandes concessões florestais do complexo de floresta do Gregório, viabilizando, assim, a concessão e garantindo energia de qualidade para as cidades do Juruá”, diz o secretário de Meio Ambiente, Israel Milani.
Como também o Notícias da Hora mostrou, uma das questões a ser enfrentada para o licenciamento da obra é a presença da Terra Indígena Campinas/Katukina, cortada pela BR-364. Para ter a licença, é preciso antes ocorrer um estudo de impactos elaborado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), além do aval dos Katukina que moram dentro do território tradicional.