Iniciativa tem parceria com o povo Huni Kuin e envolve o uso de plantas da Amazônia com potencial terapêutico.
O Senador Alan Rick intermediou, nesta terça-feira, 03, reunião com a Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; o Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Chamon, e uma comitiva liderada pelo Dr. Alysson Muotri, Ph.D., professor titular da faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego e diretor do Centro de Educação e Pesquisa Integrada de células-tronco em Orbita de San Diego na Califórnia. O pedido ao Senador para a realização da reunião foi feito pelo Dr. Mazinho Maciel, fundador do CENTRIN - Centro de Estimulação Neuropsicomotora.
Dr. Alysson está à frente de um projeto revolucionário, identificando bioativos da Amazônia, com auxílio do povo Huni Kuin, em busca de tratamentos eficazes para doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e outras condições neurológicas, incluindo o autismo.
“Em colaboração com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a pesquisa utiliza minicérebros (organoides cerebrais que replicam a estrutura do cérebro humano), desenvolvidos pelo Muotri Lab, que serão enviados à Estação Espacial Internacional para estudos em condições de microgravidade”, explica o cientista. Segundo ele, parte dos royalties gerados com os possíveis resultados da pesquisa serão revertidos para a comunidade indígena.
O projeto pretende isolar moléculas de substâncias presentes em espécies de plantas com potencial terapêutico, testando-as nos minicérebros no ambiente da Estação Espacial Internacional, para avaliar o impacto de plantas popularmente utilizadas por povos originários em cerimônias de cura. Como os minicérebros simulam de forma simples a organização celular encontrada no cérebro humano e as células cerebrais envelhecem mais rapidamente no espaço (cerca de 10 anos em um mês), essas estruturas são perfeitas para compreender os impactos potenciais de condições neurodegenerativas em um curto período.
O custo da missão espacial é de R$ 390 milhões. Investidores privados internacionais estão interessados em financiar o projeto, mas o pesquisador defende que a pesquisa tenha a assinatura do Brasil. O Senador Alan Rick colocou seu mandato à disposição para ajudar a viabilizar o projeto. “Dependendo de como o Governo Federal for financiar essa iniciativa, será necessária a aprovação do Congresso Nacional e eu farei a defesa junto aos meus colegas parlamentares”, garantiu o Senador.
A Ministra Luciana Santos disse que o MCTI está empenhado em viabilizar essa iniciativa. Na reunião, foi decidido que a Agência Espacial Brasileira firmará um protocolo de intenções para que o Governo Brasileiro invista no projeto futuramente. "É um pequeno passo para a Agência Espacial, mas um grande passo para a ciência", disse o Presidente da AEB, Marco Antônio Chanom.
A comitiva foi integrada pelo Dr. Spartaco Astolfi Filho, pesquisador de biotecnologia e professor emérito da Universidade Federal do Amazonas; pela Professora Dra. Mariana Almeida, Coordenadora do Projeto Meninas do Espaço, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Dra. Wirla Pontes, Coordenadora de Projetos e Gerente de Laboratório do Muotri Lab; Ana Karine Bittencourt, Presidente do Instituto Autismos Sindrômicos; e Silvia Tortorella, Diretora executiva do Instituto Paulo Gontijo.