O assunto principal da sessão desta quarta-feira (30) na Assembleia Legislativa foi a falta de pagamento às empresas terceirizadas por parte do governo do Estado. Com isso, milhares de trabalhadores estão sem receber. Eles comentaram também a respeito da possível demissão de 30% dos trabalhadores terceirizados.
“Vamos dar celeridade, pelo amor de Deus. Vou falar uma coisa para vocês, nós estamos falando em empresas hoje que tem interesse de rescindir os contratos por falta de pagamento. Sempre me coloquei a disposição de conversar com o secretário, mas parece que hoje os inimigos são outros. Os inimigos não são outros, os inimigos são os mesmos. Estou falando de alimento, de comida, a Energisa, é a conta de energia no final do mês”, salientou Fagner Calegário.
O deputado Afonso Fernandes (PL) também falou sobre as terceirizadas. “Essa questão dos terceirizados ela precisa ser tratada com muito carinho. Sem a terceirização, este estado para. Hoje, temos mais de 30 mil terceirizados, dentro dos quadros dos setores públicos. Não são funcionários púbicos, mas são servidores públicos. Alguns dedicando há mais de 20 anos seu trabalho. A terceirização não vai sobreviver se não tiver um olhar crítico do governo para resolver isso. As empresas além de estarem trabalhando sem receber, tem a falta de reequilíbrio dos seus contratos. Esses contratos não são realinhados. Não tem empresa que sobreviva”, desabafou.
Tanízio Sá (MDB) acrescentou que a líder do governo, Michelle Melo, precisa urgentemente agendar uma reunião com o governo para tratar do assunto. “Acho que a líder precisa marcar uma agenda com o secretário e dizer: ‘amigo, estou sabendo que vai ter um corte de 30% em todo os terceirizados do Estado’. Vai sobrar para alguém”.
Já o deputado Edvaldo Magalhães disse que o governador Gladson Cameli “quebrou as empresas da construção civil simplesmente por não investir em obras públicas”. E acrescentou: “agora vem a segunda pancada: vai quebrar as empresas da área de serviços das terceirizadas. A medida de tirar a 30% ela se soma a nota do pagamento. Se vai tirar 30%, vai quase 5 mil para a rua. A crise é mais profunda do que está sendo dita, do que está sendo anunciada”.
A líder do governo, Michelle Melo respondeu Tanízio Sá. Nas entrelinhas, ela disse que “não estou aqui para puxar saco de secretário”. Nós precisamos que a gestão ajude, que os secretários ajudem a fazer o que precisa fazer”. Venho neste momento para falar como líder do governo e defender essa base, mas não somos Executivo. Somos Legislativo”.
Em outro trecho de seu discurso, Michelle Melo afirmou que quando foi convidada para ser líder, todos “sabiam da minha autenticidade”.
Ao encerrar, Michelle não deixou de alfinetar o secretário de Governo, Alysson Bestene, que pretende ser candidato à Prefeitura de Rio Branco. “Nós precisamos de uma equipe de gestão mais comprometida com a gestão que com as eleições de 2024”.