Maior e melhor assistência à pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), além da ampliação dos serviços e a criação de novos Centros de Referencia para o atendimento dos portadores do transtorno foi pauta de audiência pública realizada na manhã de ontem, segunda-feira, 29, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
O encontro, que contou com a participação de representantes do Ministério Publico do Acre (MPAC), Secretaria de Saúde (Sesacre), Ordem do Advogados do Brasil (OAB/AC), Família Azul, Sociedade Civil Organizada, entre outros, foi uma proposta da deputada estadual Maria Antônia (PP), em parceria com o deputado federal, Eduardo Veloso (UB). Como é de praxe, a deputada, como autora da proposta, foi que presidiu a sessão.
Maria Antônia destacou a importância de se debater o tema e buscar ações efetivas que proporcione mais saúde e qualidade de vida aos portadores do TEA, com atendimento e tratamento especializado.
“Este é um tema muito importante e necessário ser debatido. O número de diagnósticos de autismo tem crescido em nosso Estado e é preciso unir forças para garantir a ampliação e a melhoria no atendimento a essas pessoas. O diagnóstico precoce é uma das possibilidades de uma qualidade de vida melhor aos portadores do TEA. A nossa missão aqui é trabalhar para garantir o direito para que todos tenham a assistência necessária e especifica para o seu tratamento”, destacou a parlamentar na abertura do encontro.
A parlamentar progressista destacou ainda a importância da implantação de Centros de Referência em autismo no Acre.
“Esse é um debate necessário. A criação e implantação dos Centros em nosso Estado é a oportunidade que as nossas crianças e jovens possam ter um futuro melhor, isso é direito de todo cidadão. Hoje, nós estamos abrindo as portas para que isso de fato se concretize. A luta está só começando”, afirmou.
Por sua vez, o deputado federal Eduardo Veloso, que também é o coordenador do grupo de trabalho para a criação dos Centros de Referência em autismo do Acre, acrescentou que o objetivo do encontro é discutir a ampliação, inclusão e melhoria do atendimento a pessoas com autismo no Acre.
“Precisamos ouvir a população, as mães e pais de autistas, a instituições para que possamos sair daqui com um panorama real da situação e assim possamos quais os pontos mais urgentes e buscar soluções imediatas. Estive visitando alguns locais no Brasil e vi muita coisa importante que podemos aplicar aqui para ampliar e melhorar o atendimento tanto na questão do acesso quanto na reabilitação desses pacientes. Estamos formando um grupo de trabalho e vamos precisar da ajuda das nossas bancadas, estadual e federal, além do governo e das prefeituras”, disse Veloso, completando ainda que a ideia é criar centros especializados não só no atendimento ao autismo, mas, em outros tipos de transtornos.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, se colocou à disposição acrescentado que a Sesacre tem trabalhado para ampliar sua rede de assistência.
“É importante que a gente dê para outras doenças neurológicas a mesma atenção que estamos dando ao autismo. Existem inúmeros tipos de doenças que merecem toda nossa atenção. Isso é importante. Concordo que temos que ampliar e melhorar o nosso atendimento a pessoas com autismo e neste sentido, coloco a pasta a disposição. Trata-se sim de uma causa nobre e vocês terão nosso compromisso não só de aplicação de recursos, mas também de prestação de contas e transparência”, afirmou.
Heloneida Gama, presidente da Associação Família Azul do Acre, disse que houve avanços importantes no Estado no que diz respeito ao atendimento a pessoas com autismo, mas que as melhorias precisam ser constantes.
“Tenho um filho com autismo e ele hoje tem 18 anos. Inicialmente, ele recebeu um diagnóstico de que seria vegetativo, mas, ele hoje anda e fala graças a Deus. Antes, eu tinha que ir à Brasília duas vezes por ano para fazer o tratamento dele, e hoje o Acre conta com 5 neuropediatras, graças a Deus. Houve sim uma evolução porque nós a provocamos. Por isso a nossa luta não pode parar. A nossa associação existe há dez anos e eu não consigo nem mensurar a importância dela no Estado. Tem muita coisa que ainda precisa melhorar, por isso a nossa luta continua. Coloco ainda a nossa associação a disposição para ajudar no que for preciso na implantação desses centros de referência. Nossas crianças do espectro autista merecem e precisam disso”, enfatizou.
Ao final da audiência pública, Eduardo Veloso explicou como será a atuação do grupo de trabalho para a criação dos centros de referência. O parlamentar disse que o grupo será formado por representantes do parlamento estadual, bancada federal, Ministério Público, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e representantes da sociedade civil.