A deputada estadual Antônia Sales (MDB) seguiu a mesma linha do colega de parlamento, deputado Marcus Cavalcante (PDT). Na visão dela, há um excesso na aplicação das leis ambientais, enquanto o povo que reside nos locais mais distantes do Acre está condenado à fome.
“Então, a gente tem muito do lado do meio ambiente. Isso está engessando, isso é uma verdade. Não está deixando chegar, melhorar a nossa economia, porque quem não planta, não produz, quem não produz, não come. E quem não tem produto para vender, não melhora economicamente. E o social também, como é que o nosso povo vai viver. Temos que pensar seriamente a respeito deste ano”, disse Antônia Sales.
Ela pontuou ainda que em uma de suas andanças pelo Vale do Juruá viu de perto a fome. Comunidades indígenas e ribeirinhas destinadas à miséria. Em outra viagem, esta mais recente, ouviu de populações indígenas que elas também querem o desenvolvimento “sem perder a ancestralidade”.
“Eu fui visitar uma comunidade indígena para tratar das minhas emendas, sabe o que eles me pediram? Tobatas [pequenos tratores] para gradear a terra para eles plantarem. Sabe o que eles tinham? Lá na República [Aldeia República], eles têm Starlink, eles têm água de poço artesiano, eles têm banheiro, tem um gadinho. Sabe o que eles me disseram: ‘nós somos indígenas, mas não impedimos o desenvolvimento. Nós queremos plantar para poder comer, ter a nossa economia, queremos dar qualidade de vida aos nossos filhos. Nós queremos prosperidade, melhorar nossa economia sem perder a nossa ancestralidade’. Olha que importante eles falam: sem perder a nossa ancestralidade”.