O estado vai ser desonerado com a federalização da Fundação. O custo de mais de R$ 150 milhões por ano vai para o governo federal. Por que não aplicar mais nas carreiras, para fortalecer esses servidores? É uma forma de fazermos essa discussão de forma mais profunda e mais transparente”
O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) comentou nesta segunda-feira (8) a respeito da federalização da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). O assunto foi debatido em audiência pública solicitada pelo deputado Adailton Cruz (PSB). O parlamentar disse que é preciso levar em consideração os anseios dos atuais servidores públicos, assegurando a eles os direitos já conquistados e a possibilidade de fortalecer ainda mais as carreiras.
“Se a gente não compreender o estado de espírito dessa pessoa [servidor da Fundhacre] e discutir o problema de forma transparente, a gente não vai ganhar corações e mentes para uma proposta que eu considero muito boa, mas eu não atropelo os processos. Eu me nego a aprovar agora em abril a doação da Fundação para a Universidade, para continuar o processo, enquanto não discutirmos tim, por tim, o futuro das pessoas. O princípio do fortalecimento do SUS está garantido. Quem for discutir que é privatização está fazendo uma discussão desonesta. Está garantido esse princípio, mas não fazemos Saúde sem as pessoas, que vai continuar prestando os serviços, mas que tem um sonho atravessado, que não foi realizado, que tem a discussão dos seus planos de carreiras, que pode ser a forma de você agilizar os processos e dar mais tranquilidade para essas pessoas”, disse Edvaldo Magalhães.
O parlamentar estadual disse ainda que com a desoneração dos custos com a federalização, o Estado pode, sim, fortalecer as carreiras atuais e deixar isso amarrado nos projetos que serão encaminhados à Aleac, inclusive no PCCR da Saúde.
“O estado vai ser desonerado com a federalização da Fundação. O custo de mais de R$ 150 milhões por ano vai para o governo federal. Por que não aplicar mais nas carreiras, para fortalecer esses servidores? É uma forma de fazermos essa discussão de forma mais profunda e mais transparente. Não sou daqueles que vai adiar coisas por capricho aqui dentro, mas acho que a gente vai precisar aprofundar vários aspectos antes de tomarmos uma decisão. Se for na base do manda para a Assembleia e liga o rolo compressor, eu acho um erro de estratégia. Acho que essa proposta, se aprofundada, pode ser um novo marco no atendimento do SUS para a população do Estado do Acre”, pontuou Magalhães.
E acrescentou ao final: “tem ganho, vai ter ampliação de serviços, vai ter fixação de profissionais, não tenho dúvida disso. Mas, a gente tem que fazer protegendo a todos, inclusive àqueles que seguram o tranco todos os dias na Fundhacre, que são os servidores”.