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POLÍTICA

Ao Notícias da Hora, pastores falam em reabertura dos templos no Acre; MPF fez alerta

Ao Notícias da Hora, pastores falam em reabertura dos templos no Acre; MPF fez alerta

A possível reabertura dos templos religiosos no Acre em meio a crise sanitária provocada pela Covid-19 é o tema do momento.

Quarta-feira da semana passada, a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o projeto de lei da deputada estadual Juliana Rodrigues (Republicanos) que prevê a realização de cultos nos templos com limite de público de até 30%.

O projeto é aprovado pela maioria esmagadora dos pastores evangélicos do Acre. O Notícias da Hora conversou com quatro líderes eclesiásticos. Todos são favoráveis a reabertura dos templos com as restrições previstas e são unânimes ao dizer que atividade religiosa é essencial à vida das pessoas.

O pastor Agostinho Gonçalves, líder da Igreja Batista do Bosque, uma das maiores da capital, diz que o culto comunitário tem uma enorme importância. O líder espiritual acredita que os pastores saberão conduzir suas ovelhas com os cuidados necessários.

"A igreja é muito mais do que um templo, do que um culto, ela trabalha com a fé, com as pessoas. Com as igrejas fechadas um multidão de pessoas ficaram desassistidas espiritualmente. Ficaram sozinhas em suas casas somente. E o culto comunitário é muito importante para a vida das pessoas. Por isso eu sou a favor como está a lei com restrições. E acho que nós pastores vamos saber tratar o assunto com responsabilidade."

O pastor Pedro Abreu de Lima, presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Acre, que congrega 67 setores e cerca de mil templos, vê a igreja como serviço de utilidade pública com enorme importância para o tratamento espiritual das pessoas.

"A gente entende que a igreja é também de utilidade pública assim como o supermercado, a farmácia, pois trata de vidas, das almas das pessoas."

O pastor Francisco Albino de Souza, presidente da Batista do Benfica, refuta o discurso difundido nas redes sociais de que os líderes querem o retorno das atividades por interesse financeiro nos dízimos e ofertas dos membros. Ele afirma que desenvolve sua atividade de forma voluntária sem qualquer remuneração.

"A igreja é sim uma atividade essencial e damos uma contribuição muito grande para a vida das pessoas através do trabalho espiritual sendo realizado dentro das igrejas e através das igrejas", argumenta Francisco Albino.

Líder na Igreja Nova Aliança, o pastor Fernando Magri, contraiu a Covid-19 há mais de 50 dias. Por experiência própria, Magri afirma que a doença tem o potencial de deixar traumas. É aí que a igreja ganha sua importância. Para Fernando Magri, os templos precisam ser reabertos, com todos os cuidados de higienização, para tratar doenças da alma.

"A pessoa que teve o vírus herda o medo, o pânico. E nós atendemos muitas pessoas que desenvolveram a síndrome do pânico com algumas incertezas em suas vidas, por tantos relatórios negativos, por tantas notícias negativas e eu penso que a reabertura das igrejas será fundamental para ajudar essas pessoas que tem estado nessa situação."

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Gladson está inclinado a sancionar; MPF fez alerta

Três dias depois da aprovação do projeto na Assembleia Legislativa, o governador Gladson Cameli disse em entrevista a uma emissora de TV em Cruzeiro do Sul que sancionaria desde que as igrejas garantissem o cumprimento das exigências de distanciamento, uso de máscara e álcool em gel.

A redação do projeto prevê o uso obrigatório de máscara;
organização para evitar aglomeração, inclusive na entrada e saída dos cultos e regras de distanciamento entre as pessoas nos templos religiosos.

No mesmo dia, sábado (6), em que o governador deu declaração favorável ao retorno das atividades nos espaços de cultos, o Ministério Público Federal encaminhou um ofício ao chefe do Executivo pedindo a ele que considere os requisitos e critérios da OMS para a retirada de medidas de distanciamento social no contexto da Covid-19, especificamente na análise do Projeto de Lei que pretende liberar o funcionamento dos templos religiosos no Acre, além de incluí-los no rol de atividades essenciais.

Segundo o MPF, estudos internacionais apontam que encontros religiosos são importantes focos de transmissão, e expõem, especialmente, os líderes religiosos, que logo se convertem em disseminadores do vírus nas suas comunidades.

Na contramão da maioria, igreja não vai abrir

A direção da Igreja Batista Lagoinha em Rio Branco não vai abrir seu templo mesmo que os cultos voltem a ser liberados na capital. É o que diz um comunicado assinado pelos pastores Marcelo Torres e Lorena Torres, líderes da instituição local.

No comunicado, o casal pede aos membros que se reúnam e orem em casa e que acompanhem a programação online da Lagoinha. Os pastores afirmam estar preocupados com o crescente número de casos da Covid-19.

"A lagoinha Rio Branco, por meio dos seus pastores, informa que mesmo que haja um decreto liberando os cultos presencias, permaneceremos sem a realização dos mesmos.
Vemos que em razão do crescimento dos casos de covid, não achamos prudente retornar as atividades.
Fique em casa e ore com seus familiares e acompanhe nossa programação online. Se precisar de oração a atendimento ligue para os pastores", diz o comunicado.