O clima esquentou na pré-campanha: o vice-governador Major Rocha não engoliu as alfinetadas do presidente regional do MDB, ex-deputado João Correia, sobre o pré-candidato a prefeito de Rio Branco, pelo PSDB, Minoru Kinpara. As declarações foram feitas durante evento do MDB, nesta sexta-feira, dia 28.
Rocha, que retornou com tudo às redes sociais, disse que Minoru foi, sim, importando do PT pelos tucanos, mas que como Kinpara, outros nomes também foram pescados no Partido dos Trabalhadores de Lula e dos irmãos Viana, para dentro do MDB de Flaviano Melo, como é o caso do ex-deputado federal Fernando Melo, que foi candidato à prefeitura da capital.
“Agora acho que durante os processos eleitorais o meu bom e velho amigo é tomado pela miopia política, ou quem sabe uma amnésia. As tentativas de ligar o também professor Minoru Kimpara ao PT, partido que liderava a Frente Popular (coligação de esquerda de onde vieram quase todos os políticos acreanos), talvez seja uma forma de fugir do grande problema que o MDB enfrentará nessa eleição. Mas vou tratar disso mais adiante”, apontou o liberal.
Segundo Major Rocha, Minoru, assim como qualquer outro, poderia mudar de opinião ou de partido, bastando acreditar que esse é o melhor caminho a seguir. Lembrou que Fernando Melo saiu do PT, foi para o MDB, e quando perdeu a eleição, voltou para a Frente Popular, de onde havia saído pouco tempo antes.
“Quer dizer, meu amigo João, que só o Minoru não podia mudar? Ainda lembro dos emedebistas balançando bandeiras para o Fernando Melo (...) Passou a eleição, Fernando retornou ao seu velho aconchego, ou seja, a Frente Popular. Outra coisa, onde o MDB foi buscar Leila Galvão (Brasileia), Zé Maria (Porto Acre) e Francimar Fernandes (Feijó)? Quer que eu responda? No PT”, lembrou Rocha.
Márcio Bittar x Minoru Kinpara x PSDB
O vice-governador aproveitou a publicação no facebook para responder às declarações do senador Márcio Bittar, aliado declarado de Jair Bolsonaro, quanto à suposta dificuldade que Kinpara, caso eleito, poderia ter ao administrar Rio Branco, devido ao PSDV nacionalmente ser contra o governo de Bolsonaro.
“Aproveitando para responder o meu também amigo Márcio Bittar, que falou da dificuldade de Minoro não ser do mesmo partido do Presidente. O PSDB tem parte de sua bancada na linha de frente do governo Bolsonaro, alinhamento político-partidário existe. A verdade é que o grande problema do MDB nessa eleição não é o petismo. O problema do MDB é que o candidato que eles apresentaram nunca administrou um carrinho de pipocas”, afirmou.
Rocha se refere ao advogado Roberto Duarte, o deputado estadual que ficou dois anos como vereador, se elegeu deputado e agora quer ser prefeito de Rio Branco pelo MDB. Contudo, segundo o vice-governador, Duarte não tem condições de administrar a cidade, ainda que seja bom em fazer críticas, mas talvez seja ruim em recebê-las.
“Fico perguntando: Será que o eleitor vai querer servir de cobaia para uma experiência do MDB? Será que Rio Branco, com todos problemas que temos, vai se sujeitar a virar uma escolinha para um neófito? Experiências do passado mostraram um prejuízo muito grande para os riobranquenses. Roberto Duarte é um político jovem e inteligente, muito bom nas críticas e cobranças, mas será que está preparado para receber críticas e resolver problemas?”, questiona.