O ex-governador do Acre, Tião Viana, publicou em suas redes sociais uma longa reflexão sobre o projeto Peixes da Amazônia, complexo de piscicultura criado em sua gestão e que foi recentemente leiloado. Em tom de balanço e defesa da iniciativa, Viana afirmou que o empreendimento nasceu de uma “oportunidade estudada, estratégica”, voltada à economia de impacto e à produção de proteínas com baixa emissão de CO₂, como forma de responder aos desafios das mudanças climáticas.
Segundo o ex-governador, mais de 6 mil tanques foram construídos para o cultivo de espécies nativas — entre elas tambaqui, pirapitinga, pirarucu, pintado e piau — peixes de alta demanda no mercado nacional. Viana destacou que o Acre chegou a exportar pescado para estados como São Paulo e Distrito Federal, mas enfrentou dificuldades para atrair empresários em volume suficiente para sustentar o crescimento do setor. Ele citou alguns dos que aderiram ao projeto, como Betão, Evaldo, César Messias, Nelsinho Santiago e Miguel.
No texto, Viana comparou o modelo do complexo ao de outras iniciativas desenvolvidas em sua gestão, como a Acreaves e a Dom Porquito — esta última, segundo ele, já consolidada como primeira exportadora de carne suína do Acre para o Peru e com vendas para diversos países. O ex-governador atribuiu parte das dificuldades enfrentadas pelo projeto à crise política e econômica nacional, mencionando o que chamou de “golpe de Estado” e a consequente retração econômica.
Ele também afirmou que faltou persistência de setores locais após o período mais crítico da crise, lamentando a atuação de “aves de agouro”, como chamou opositores e críticos da iniciativa. Viana disse ter continuado buscando parceiros dispostos a investir na proposta, ao lado de aliados como Fábio Vaz.
O ex-governador comemorou o resultado do leilão, vencido pelo grupo OZ Earth, que, segundo ele, desenvolve atividades focadas na bioeconomia e em modelos de impacto voltados à Amazônia. Viana agradeceu ainda o escritório de advocacia Longuini, Pascal e Gelson pelo apoio no processo.
Encerrando a publicação, Tião Viana reforçou que mantém confiança no potencial do projeto e que segue guiado por um espírito de resiliência: “Ao futuro. Nunca desistir. Nunca se deixar abater”, escreveu.