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POLÍTICA

Após Pix, Bolsonaro diz que vai pagar multas em SP por não usar máscara

Após Pix, Bolsonaro diz que vai pagar multas em SP por não usar máscara

Bolsonaro fará depósito judicial de R$ 1 milhão para cobrir a punição por descumprir a obrigatoriedade do uso de máscaras em SP na pandemia 

São Paulo – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promete pagar as dívidas que tem com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) de São Paulo. Segundo fontes ligadas ao antigo chefe do Planalto, ele receberá as guias de pagamento nesta quarta-feira, 16/8, e deve fazer um depósito judicial de R$ 1 milhão até quinta-feira, 17/8.

Bolsonaro foi multado por descumprir a obrigatoriedade do uso de máscarasno estado durante a fase mais crítica da pandemia de Covid.

Durante o governo João Doria (ex-PSDB), desafeto político do ex-presidente, o equipamento de proteção individual era obrigatório no estado como estratégia de combate à pandemia.

As multas por não utilizar máscaras de proteção contra a Covid-19 em São Paulo totalizam R$ 1.062.416,65. As oito infrações, registradas entre julho de 2021 e junho de 2022, constam no portal da Dívida Ativa do governo paulista.

A realização do depósito judicial não deve acabar com as discussão sobre as multas referentes às infrações cometidas por Jair Bolsonaro. O ex-presidente ainda aguarda o julgamento de um recurso no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Caso a decisão da Corte seja favorável ao ex-mandatário, o valor pago em juízo será resgatado.

Doações
Em julho, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões via Pix após campanha organizada por apoiadores. O objetivo da ação era justamente levantar recursos para que o ex-presidente pagasse as multas que recebeu em São Paulo.

Mas uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo apontou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou o envio, por parte de Jair Bolsonaro, de R$ 56 mil a Michele, R$ 77 mil a Leda Maria Marques Crivelatti, síndica do condomínio onde vive o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho 03, R$ 12 mil ao tenente do Exército Osmar Crivelatti, e R$ 14 mil à lotérica Jonatan e Felix, de Eldorado, interior de São Paulo.

O ex-presidente confirmou todos os pagamentos, mas disse que eles ocorreram no período de janeiro a junho, antes do início da vaquinha do Pix, que começou “em meados de junho”.

Depois disso, Bolsonaro negou ter usado parte do valor arrecadado via Pix para fazer repasses à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a outros parentes. Bolsonaro ainda brincou sobre o dinheiro doado por seus apoiadores: “Muito obrigado, dá para pagar todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro para a gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a dona Michelle”.

Em junho deste ano, bolsonaristas se juntaram em uma campanha para arrecadar dinheiro com o objetivo de ajudar Bolsonaro a quitar uma dívida ativa com o estado de São Paulo no valor de R$ 1.062.416,65 pelo não uso de máscara durante a pandemia de Covid-19.

Segundo o Conselho de Controle de Atividades (Coaf), só entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente da República recebeu mais de 769 mil transações via Pix, que totalizaram R$ 17.196.005,80. Durante o mesmo período, Bolsonaro movimentou um total de R$ 18.498.532.

O Coaf detalha que o PL foi o responsável pela maior doação, no valor de R$ 47,8 mil – montante enviado em dois lançamentos. Outros 18 nomes depositaram entre R$ 5 mil e R$ 20 mil na conta do ex-presidente.

São empresários, advogados, pecuaristas, militares, agricultores, estudantes e duas pessoas identificadas pelo Coaf como “do lar”. Há ainda três empresas. Só uma delas depositou R$ 9.647 na conta do ex-presidente em 62 lançamentos.