O julgamento do prefeito Ilderlei Cordeiro, de Cruzeiro do Sul, que recorre da cassação decidida pela Justiça Eleitoral, ficou para quarta-feira, dia 12, após decisão, por maioria dos membros da Corte Eleitoral, em sessão realizada nesta segunda-feira. Ilderlei foi cassado em novembro do ano passado.
Para justificar o adiamento, os membros do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC) acataram a informação dos advogados de que um cabo de fibra óptica da operadora Oi está rompido e que, portando, não estava tendo acesso À internet na cidade de Cruzeiro do Sul.
A relatoria do processo na Corte, Mirla Regina, foi contrária à solicitação dos advogados do prefeito cassado, e destacou que já havia recusado os pedidos de adiamento do julgamento na semana passada, tendo em vista que não há apenas a operadora Oi prestando serviços no município e região.
Com isso, decidiram os magistrados, se os advogados de Ilderlei não conseguirem acessar a internet na próxima quarta-feira, dia 12, às 11h30min, horário em que está marcado o julgamento, poderá haver uma remarcação para a sexta-feira, dia 14, contudo, o advogado deverá viajar para Rio Branco, de onde acessará a sessão.
“Deverá o advogado zelar pelas condições técnicas para a transmissão audiovisual de sua sustentação oral, nos termos da Resoluação do TER/AC”, decidiu a Corte Eleitoral, dando mais uma chance para que Ilderlei Cordeiro possa se defender das acusações da Procuradoria Eleitoral e, dessa forma, ser inocentado ou ter mantida a condenação.
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José Pinheiro, do Notícias da Hora
No que depender da base do prefeito Ilderlei Cordeiro na Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul, ele terá ‘dor de cabeça’ nos próximos dias. Isso porque os parlamentares pretendem instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a aplicabilidade de recursos destinados para a recuperação de ruas da cidade. E ainda tem a questão do julgamento do gestor municipal por crimes eleitorais cometidos na campanha que o elegeu prefeito.
O vereador Chaguinha do Povo (Progressistas), primeiro-secretário da Câmara, integrante do mesmo partido de Cordeiro, manifestou apoio ao pedido de CPI e disse que o correligionário não será julgado porque tem dinheiro. O parlamentar fez um discurso duro e deixou sob suspeição que o julgamento que poderá cassar o mandato de cordeiro não vai acontecer na próxima semana. Chaguinha acredita que o poder financeiro do gestor municipal o mantém no mandato.
Ele considera ainda a gestão de Cordeiro “ruim”, e pediu para que o autor da CPI possa colocar, para que seja investigada, a Secretaria Municipal de Agricultura, além do pedido já proposto.
“Eu não vejo as ações do poder municipal chegar às periferias, chegar ao que realmente precisa. Vamos dar a César, o que é de César. Eu assino a sua CPI sem pedir permissão para ninguém, só para Deus. Eu queria dizer para base do prefeito e tomasse uma iniciativa e salvasse sua pele. Eu sei o que é você disputar uma eleição ao lado de um prefeito ruim. A CPI da Agricultura também tem que ser instalada, porque vem emenda de Gladson quando era senador, está uma ruma de dinheiro aí. Ninguém sabe o que está sendo feito, só lavagem de dinheiro, botando e pintando rua onde assalto já existe”, disse o vereador.
O parlamentar conclamou aos demais pares para que assinem o pedido de CPI. Segundo ele, o julgamento que vai ratificar ou não a condenação de Ilderlei Cordeiro certamente vai ser adiado. Ele mencionou uma possível influência do gestor sobre o caso. “Está na hora da sociedade cruzeirense tomar conhecimento público. Não estamos sendo respeitado pelo executivo e nem o eleitor que votou na gente. Bote no item da CPI para entrar também a Secretaria de Agricultura do Município na pauta da CPI. Eu tenho certeza que essa justiça não vai funcionar segunda-feira, não. Eu tenho certeza que isso vai ser retirado até de pauta, onde tem dinheiro...dinheiro tem um vocabulário muito sujo. Mas tem a CPI e a gente pode acabar de desmoralizar e colocar em praça pública e dá a César o que é de César”, menciona Chaguinha.
Ao encerrar, o vereador disse que “jamais engolirei de goela abaixo tamanha monstruosidade do que está acontecendo aí”.