Com o Acre a um dia de completar um ano de pandemia da covid-19, autoridades do Estado se reuniram no Palácio Rio Branco para discutir novas e rígidas medidas para frear a proliferação do vírus e impedir uma tragédia nos hospitais públicos e privados do Acre, que já experimentam o caos.
O encontro, coordenado pelo governador Gladson Cameli, contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Junior, a procuradora-geral do Ministério Público do Estado, Kátia Rejane, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e assessores. Horas antes da reunião, o boletim da Secretaria de Saúde do Estado registrava que mais 11 pessoas haviam morrido no Acre vítima da covid-19, elevando para 1.140 o número de pessoas mortas pelo vírus no estado. Em 24 horas, entre segunda e terça-feira houve o registro de 438 novos infectados.
Nesta terça-feira, de acordo com a Agência de Notícias do Acre, 14 pessoas estavam na fila por uma UTI e o maior hospital de referência do Estado para a doença, o Into, realiza cerca de 400 atendimentos por dia, encontrando-se próximo de sua ocupação máxima.
“Este é um encontro para que todos nós possamos estar de mãos dadas para diminuir esse sofrimento que o Acre vive. Nesse um ano de combate, eu digo meu muito obrigado a todos os poderes que estão juntos conosco desde o início. Confesso que estamos todos cansados. E agora preciso que sejam tomadas decisões que possamos dividir, além de termos toda a base legal”, afirmou o governador Gladson Cameli.
A procuradora-geral Kátia Rejane reconheceu que o Acre vive seu momento mais crítico da pandemia e que medidas precisam ser tomadas para conter o vírus.
“Trabalhamos juntos, nos esforçamos, nos unimos e reconhecemos todo o trabalho até agora, mas estamos no momento mais crítico e precisamos saber o que deve ser feito para a contenção dessa pandemia, observando o que deu certo e aprender com os erros. Existe toda uma equipe multidisciplinar que pode nos ajudar a tomar as decisões corretas e certeiras."
A partir do encontro houve a deliberação pela criação de um conselho de crise de âmbito estadual e a adoção de novas medidas restritivas com a fiscalização mais rígida do Estado e dos Municípios, com a partipação das 22 prefeituras do Acre.
O prefeito Tião Bocalom, que se reuniu ontem com representantes do comércio local e ouviu reclamações sobre a rigidez de algumas medidas adotadas, conversou com prefeitos de outras cidades do Acre, como presidente da Amac, e relembrou que os Municípios estão trabalhando como podem para conter a covid-19.
“Mas seguimos na luta e vamos pela maioria. Não estamos medindo esforços na prefeitura e a todo momento nossa equipe municipal de Saúde está em sintonia com a equipe do Estado, dividindo responsabilidades e trabalhando em conjunto. Estou sempre em contato com o governador Gladson e dividimos nossas aflições."