A coordenadora das Mulheres Camponesas do Acre, Giovana Castelo Branco, disse durante audiência na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta quinta-feira (9), que a violência no campo existe no estado. Ela destacou que cinco do total de casos de feminicídios foram registrados na zona rural.
“Tem mulheres que passam três dias para chegar à cidade. Os homens da zona rural são muito machistas. Eles não reconhecem o trabalho da mulher. Essa invisibilidade que a doutora falou, ela é real no campo. Somos nós que produzimos, somos nós que levamos à Agricultura Familiar. 47% da agricultura familiar do Brasil está nas mãos das mulheres e não é visto. Porque só se ver política voltada para o campo mais para o homem. Dentro dos feminicídios que aconteceram no estado do Acre, cinco foram de mulheres do campo. E a gente precisa falar sobre isso”, afirma Castelo Branco.
E acrescentou: “o que estamos fazendo para melhorar? Nossas meninas, ao invés de estarem estudando, elas já estão com companheiro e já estão sendo mortas. A menina da Transacreana foi morta a martelada. Gente, dói, a gente como mãe, como mulher. Outra foi morta dentro do banheiro. Tudo na zona rural. Aqui a gente se viu se falar em violência contra mulheres indígenas, mas as mulheres do campo também sofrem violência. E é uma violência invisível”.