“Eu fui representando o vice-governador em uma agenda em Brasília. Eu fui no dia seis porque não tinha voo para Brasília. Eu fui na sexta para sábado. Tive que ficar sábado e domingo lá. Segunda que começou as atividades em Brasília. Foi uma agenda para tratar sobre a previdência dos militares", diz Robelson Dias
Um extrato de pagamento de diárias publicado no portal de transparência do governo do Acre rendeu mais uma polêmica para a atual administração. Ele aponta que foram pagos ao assessor do vice-governador Major Rocha (PSDB), Robelson Nunes Dias, o montante de R$ 2.718,00, correspondentes a cinco diárias para acompanhar Rocha em uma agenda em Brasília do dia 6 ao dia 10 de abril.
Mas de acordo com as publicações de alguns jornais online e na própria Agência de Notícias do Acre no dia 8 de abril, às 13h52 aponta que Major Rocha participou de uma agenda em Plácido de Castro para entregar ruas pavimentadas ao lado do governador Gladson Cameli (PP).
De acordo com a Lei de Newton, “dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo". No caso aqui, seria um corpo não pode ocupar dois lugares simultaneamente. A especulação em grupos de notícias e nos jornais na internet é que o servidor teria recebido sem que tivesse acompanhado o vice-governador.
Outra ponto apontado pelas pessoas que repercutiram o caso é que no dia 10 de abril, pela manhã, o vice-governador aparece no Palácio Rio Branco para a coletiva dos 100 dias ao lado da cúpula de governo, conforme reportagem também publicada pela Agência de Notícias do Acre, intitulada: “Nos primeiros 100 dias de governo Gladson saiba onde se avançou em quatro secretarias”.
Conforme o roteiro da viagem, dia 6 caiu em um sábado. Em Brasília, os finais de semana são conhecidos por ser monótonos na área política. O Congresso funciona até sexta. Dia 7 foi um domingo. Já no dia 8 de abril, segunda-feira, de acordo com já mencionado o vice-governador estava no Acre, em Plácido de Castro.
O outro lado
Nas redes sociais o caso ganhou forte repercussão. Nesse sentido, o Notícias da Hora tomou o cuidado de ouvir Robelson Nunes Dias para falar sobre o assunto. Ele explicou que, de fato, o vice-governador Major Rocha não participou da agenda. Mas, o enviou como representante. Por conta da disponibilidade de voos de domingo para segunda, ele [Robelson] teve que embarcar na sexta à noite. O assessor explicar que as diárias pagas a ele são comprovadas no Decreto de Diárias do Governo do Estado, ou seja, foram diárias pagas sem acompanhar o vice-governador. Caso Rocha tivesse embarcado, o valor da diária seria superior, e na ausência de Rocha aí sim teria a ilegalidade. Mas, nesse caso, ele foi como representante do vice-governador.
“Eu fui representando o vice-governador em uma agenda em Brasília. Eu fui no dia seis porque não tinha voo para Brasília. Eu fui na sexta para sábado. Tive que ficar sábado e domingo lá. Segunda que começou as atividades em Brasília. Foi uma agenda para tratar sobre a previdência dos militares. O vice-governador ia participar de um seminário lá, ele não foi. Eu fui representando ele. Fui fazer tratativas com o nossos deputados federais aqui do nosso Estado referente a previdência dos militares também”, explica Dias.
O que diz a Casa Civil
O chefe da Casa Civil, José Ribamar Trindade, foi pragmático ao falar a respeito do controle de pagamento de diárias. Disse que comprovada a não ida de Rocha à Brasília, os cofres públicos devem ser ressarcidos. “Se a viagem não aconteceu, terá que devolver as diárias. Depositar ou transferir para conta do Tesouro”, pontua. Ainda de acordo com o extrato, as diárias foram pagas no dia 4 de abril, dois dias antes do embarque da equipe governamental.