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POLÍTICA

Audiência pública na Câmara de Rio Branco debate fortalecimento das políticas de atenção à pessoa autista

Audiência pública na Câmara de Rio Branco debate fortalecimento das políticas de atenção à pessoa autista

Uma audiência pública nesta segunda-feira, 22, na Câmara Municipal de Rio Branco debateu a necessidade da efetivação dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista e seu acesso às políticas de Estado.

O encontro contou as presenças do presidente da Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, Roberto Derze; do presidente da Associação Família Azul do Acre (AFC), Abraão Carlos; da psicóloga e especialista em atendimento clínico de pessoa com TEA, Maria Damaria Aguiar; do secretário de Saúde do Município, Otenial Almeida; do promotor em defesa da Saúde, Gláucio Ney Shiroma, pais, crianças e jovens diagnosticados com o autismo.

Idealizadora da audiência pública, a vereadora Lene Petecão (PSD) destacou a necessidade urgente de se fortalecer as políticas voltadas à pessoa com transtorno espectro autista. 

“Debater o autismo é extremamente importante, não apenas para orientar a sociedade acerca do assunto, mas principalmente para fortalecer as políticas públicas voltadas à pessoa com TEA. Esse encontro aqui não se trata de uma bandeira partidária, mas uma causa. Temos cerca de dez mil autistas no Acre e devemos garantir que todos eles tenham melhores oportunidades de vida”, ressaltou.

O vereador Emerson Jarude (sem partido), coautor do requerimento, reforçou que o momento é destinado a ouvir as demandas dos familiares das pessoas com TEA. “O que queremos com esse encontro é buscar soluções para os problemas que esse grupo ainda enfrenta. Queremos que sejam resolvidos na prática. Queremos e precisamos que as políticas públicas se fortalecem. Isso é essencial”, falou.

O presidente da Associação da Família Azul, Abraão Carlos, destacou a importância do debate, mas lamentou a falta de políticas públicas para atender os portadores de autismo.

“No Acre, temos apenas três neuropediatras que fazem atendimento na rede pública. É pouco diante do número de pessoas identificadas com TEA. Falta estrutura adequada em nosso município. Nossa expectativa é que com a abertura do Centro Multidisciplinar essa realidade possa melhorar. Em nível de Estado, enquanto o governo não faz o mesmo que a prefeitura, o ideal seria que cedessem uma equipe completa ao Barral Y Barral para fazer o devido atendimento”, disse.

O presidente da Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, Roberto Derze, abordou a questão da Educação. Ele ressaltou que “a inclusão da pessoa com TEA não se dá apenas matriculando-o em uma escola. É necessária toda uma estrutura, como a disponibilização de um profissional para de fato trazer a compreensão devida àquela criança e jovem”. Nesse sentido, Derze sugeriu a disponibilização de uma clínica-escola. “Isso dará mais dignidade e cidadania a quem necessidade desse serviço”.

O secretário de Educação do Município, Moisés Diniz, reforçou que a prefeita Socorro Neri autorizou a contratação de mais 73 profissionais para acompanhar em sala de aula o aluno com TEA.

“A media brasileira é de 1% de profissional para atender a pessoa com deficiência. Em Rio Branco é de 16% e a prefeita já autorizou a contratação de mais 73 profissionais. Isso mostra o compromisso do Executivo Municipal com essa luta”.

O secretário de Saúde do Município, Otenial Almeida, frisou sobre os avanços ocorridos nessa pauta. “Vocês estão no papel legítimo da sociedade de buscar e cobrar melhorias. Há muito a ser conquistado ainda, porém, não podemos deixar de falar daquilo que já foi realizado. Rio Branco foi o município que mais avançou. Temos problemas, mas o avanço é extraordinário diante do ponto de partida. Pode não ser o suficiente, mas é algo a se comemorar. A luta continua diariamente e mais conquistas serão celebradas”.