O especialista em auditoria fiscal e tributária, Geraldo Pereira Maia, assegurou que os pequenos e médios pecuaristas acreanos são o sustentáculo do setor. A declaração vem para desfazer mal-entendidos, segundos os quais a carne aumentaria de preço, notadamente após que o governo reduzir a base de cálculo (66,67%) para o comércio interestadual de bezerros. “Esse ato administrativo, ao contrário do que alguns disseram, vai evitar a majoração do preço do produto, porque vai estimular os produtores rurais a continuarem a investir no melhoramento genético do rebanho. O aumento dos preços não está ligado a saída dos bezerros, é a política econômica em vigor, afirmou ele.
Pereira, que já foi secretário de Finanças do Estado e Prefeitura de Rio Branco, explicou que a cadeia produtiva da pecuária acreana acontece em três fases: a da cria, a recria e a engorda. “A primeira, ou seja, 85% dela é feita por pequenos produtores rurais. A recria e a engorda já são feitas pelos médios e grandes produtores. Com a transformação do pequeno agricultor em pecuarista, estes também passaram a reivindicar incentivos fiscais”, esclareceu.
Segundo ele, o boi sempre teve incentivos e as vacas, que não parem anualmente, vão para o abate, o que corresponde a algo em torno de 25 a 30% do rebando acreano. “O boi gordo e o frigoríficos eram os únicos a gozarem de benefícios, o que gerou um problema macroeconômico, uma vez que o pequeno produtor financia a sua própria produção. A pirâmide foi invertida, ou seja, foram dados incentivos apenas par os médios e grandes produtores. Ainda bem que o governo ouviu a voz dos pequenos produtores”, disse Geraldo Pereira.
Ainda de acordo com ele, existe cerca de 500 mil bezerros sobrando no pastos do Acre. “O incentivo é para facilitar a saída desse rebanho, o que, além de equalizar a cadeia produtiva, evitará problemas econômicos e até ambientais. Estamos corrigindo essa injustiça fiscal, bem como desfazendo essa errônea ideia de colocar o pequeno produtor como vilão”, finalizou Pereira.