Representantes de sindicatos e trabalhadores do setor financeiro se reuniram na manhã desta terça-feira, 30, na Câmara de Rio Branco, para pedir apoio dos vereadores contra o fechamento da agência Imperador Galvez da Caixa Econômica Federal, localizada na rua Benjamin Constant, Centro da Capital.
A unidade, em funcionamento desde 1971, será encerrada no próximo dia 16 de outubro, com o atendimento transferido para a agência principal, situada em frente ao Quartel da Polícia Militar. A decisão preocupa trabalhadores, comerciantes e usuários de programas sociais, que dependem diretamente dos serviços oferecidos no local.

"A Caixa está esquecendo sua função social", critica vereador
O vereador Neném Almeida (MDB) fez um apelo para que o fechamento seja revisto. “O que a Caixa está fazendo hoje com a população é um absurdo. Principalmente com a população mais carente, que recebe Bolsa Família, Pé de Meia e outros auxílios. A Caixa é o único banco totalmente público e tem sua função social. Mas está esquecendo disso para ir atrás do lucro. A agência Imperador Galvez atende ribeirinhos, comerciantes locais e moradores de várias regiões, até de Boca do Acre (AM). Fechar essa unidade é acabar com a história e prejudicar o comércio, porque onde não circula dinheiro, o comércio morre”, disse.
Almeida reforçou ainda que a decisão vai agravar as longas filas já existentes em outras agências. “Eles vão juntar duas filas absurdas em uma só, com poucos funcionários. Isso é inviável para a população, mas ótimo para o lucro da Caixa. A agência existe há mais de 50 anos e atende especialmente os mais pobres, que agora serão empurrados para lotéricas, sem acolhimento, sob sol ou chuva.”
O presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Eudo Rafael, também alertou para os impactos sociais e trabalhistas da decisão. “Já denunciamos isso publicamente em frente à agência e hoje reforçamos aqui na Câmara. Essa é uma agência importante, que atende a população mais pobre, os ribeirinhos e até moradores de municípios vizinhos do Amazonas. É um retrocesso fechar esse espaço enquanto a Caixa planeja abrir agências voltadas para o público mais rico. Um banco público não pode optar por atender apenas quem tem mais dinheiro”, afirmou.
Segundo Rafael, além dos clientes, os trabalhadores também serão afetados. “Os empregados efetivos serão transferidos, mas os terceirizados provavelmente serão demitidos. A superintendência da Caixa está executando essa política, que não leva em conta a função social do banco”, completou.
